O Conselho Nacional do Café (CNC) manifestou preocupação com tentativas de incluir a cafeicultura brasileira no Protocolo de Nagoia, acordo internacional que regula o acesso a recursos genéticos e a repartição de benefícios. Para o setor, a medida poderia comprometer décadas de pesquisa e desenvolvimento conduzidos no país, favorecendo concorrentes estrangeiros.
O Brasil abriga um dos maiores bancos de germoplasma de café do mundo, no Instituto Agronômico de Campinas, com cerca de 20 mil acessos de variedades raras e resistentes. Segundo o pesquisador Júlio Mistro, 90% do café produzido no Brasil e 70% no mundo têm origem em cultivares desenvolvidas pelo IAC.
O CNC reforça que o compartilhamento irrestrito desses recursos enfraqueceria a liderança nacional na produção e exportação, afetando um setor presente em 17 estados, gerador de 8,4 milhões de empregos e importante pilar socioeconômico do país.