O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projeta uma queda na produção de café arábica na safra 2025/26 nos principais países produtores da variedade, como Brasil e Colômbia. Em contrapartida, o cenário para o conilon (robusta) é mais otimista, com expectativa de aumento de produtividade, favorecido por clima adequado e altos preços no mercado internacional.
No Brasil, maior produtor mundial de café, a estimativa do USDA é de uma produção total de 65 milhões de sacas de 60 kg na temporada, o que representa leve alta de 0,5% em relação à safra anterior. No entanto, a produção de café arábica deve cair 6,4%, totalizando 40,9 milhões de sacas. A queda é explicada por um ano negativo do ciclo bienal da cultura e pelas condições climáticas desfavoráveis, especialmente em Minas Gerais, principal estado produtor da variedade.
Já a produção de robusta no país foi estimada em 24,1 milhões de sacas, com um aumento expressivo de 15% em relação a 2024. O crescimento é atribuído a condições climáticas mais favoráveis, que favoreceram a floração e o desenvolvimento dos frutos, especialmente no Espírito Santo e na Bahia. Rondônia também teve bom desempenho, apesar de impactos pontuais.
A Colômbia, segundo maior produtor de arábica, também deve enfrentar uma queda na safra: a produção foi estimada em 12,5 milhões de sacas, 5,3% abaixo do volume anterior. O país sofreu com chuvas intensas, que prejudicaram a maturação das flores e afetaram a produtividade.
Em contraste com o arábica, o café conilon/robusta tende a registrar avanço em escala global. No Vietnã, maior exportador mundial dessa variedade, a produção para 2025/26 deve atingir 31 milhões de sacas. O crescimento é impulsionado não só pelo clima favorável, mas também pelos bons preços de comercialização, que estimularam os produtores a investir em manejo e insumos. A Indonésia também se destaca, com projeção de crescimento de 5% na produção, chegando a 11,3 milhões de sacas.
As previsões do USDA confirmam um cenário de contrastes no mercado global de café, com os desafios climáticos afetando a variedade arábica, enquanto o conilon ganha força com melhores condições produtivas e incentivo econômico.