Brasil bate recorde na exportação de feijão e recebe prêmio internacional por sustentabilidade

Reconhecimento do Global Pulse Confederation destaca importância do setor, que movimentou mais de R$ 2 bilhões em um ano

- Da Redação, com Canal Rural e Marcelo Lüders, presidente do Ibrafe
02/06/2025 08h49 - Atualizado há 1 dia
Brasil bate recorde na exportação de feijão e recebe prêmio internacional por sustentabilidade
Foto: reprodução

O Brasil alcançou um feito histórico no setor de pulses: entre maio de 2024 e abril de 2025, o país exportou mais de 400 mil toneladas de feijões, movimentando mais de R$ 2 bilhões e consolidando sua posição como um dos maiores fornecedores globais desses grãos, que também incluem ervilhas, lentilhas e grão-de-bico. O marco foi acompanhado por um reconhecimento internacional: o Global Pulse Confederation (GPC), com sede em Singapura, concedeu ao Brasil o prêmio de Sustentabilidade pelo projeto Pulse Day, iniciativa do Instituto Brasileiro do Feijão, Pulses e Colheitas Especiais (Ibrafe).
 

O Pulse Day se tornou uma plataforma estratégica de inovação e sustentabilidade, aproximando produtores de novas tecnologias e do conhecimento técnico, promovendo boas práticas agrícolas e ampliando a competitividade do produto brasileiro no mercado global. O Brasil, que há décadas exportava apenas três cultivares de feijão, hoje atende mais de 75 países com mais de 20 variedades diferentes, fruto de um trabalho conjunto entre o setor produtivo, instituições de pesquisa como a Embrapa, o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), o IDR-Paraná, além de exportadores e do próprio Ibrafe.

Apesar das conquistas, o setor ainda enfrenta obstáculos significativos. Os principais gargalos são logísticos: portos sobrecarregados, falta de fiscais do Ministério da Agricultura para liberação de cargas, rodovias precárias e burocracias que encarecem e atrasam a movimentação dos produtos. Em um mercado altamente competitivo, onde países como Índia, Canadá, Estados Unidos e Austrália disputam espaço, cada atraso representa uma oportunidade perdida.

Nesse cenário, a atuação institucional tem feito diferença. Os adidos agrícolas brasileiros no exterior, com apoio dos Ministérios da Agricultura, Desenvolvimento, Indústria e Comércio e das Relações Exteriores, têm sido fundamentais para viabilizar negociações internacionais, alinhar protocolos sanitários e consolidar o Brasil como fornecedor confiável de feijões no cenário global. Iniciativas como o projeto Brazil Superfoods, também liderado pelo Ibrafe com apoio da ApexBrasil, vêm ajudando a abrir portas em mercados premium, valorizando os pulses brasileiros como alimentos saudáveis, sustentáveis e alinhados às novas exigências do consumidor mundial.

O prêmio concedido pelo GPC não é apenas simbólico: ele reforça que a união entre pesquisa científica, produtores, políticas públicas e setor privado pode gerar resultados expressivos. Para manter o ritmo de crescimento, o Brasil precisará investir em infraestrutura, digitalização, rastreabilidade e certificações. A próxima etapa do desafio é garantir que toda a cadeia produtiva esteja preparada para sustentar o avanço do país como protagonista no mercado global de pulses, com eficiência, responsabilidade e inovação.

 

 


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