O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, anunciou que a Coreia do Sul decidiu regionalizar as restrições à importação de carne de frango do Brasil, proibindo apenas os produtos oriundos do Rio Grande do Sul. A medida representa uma flexibilização frente ao embargo total adotado anteriormente, após a confirmação de um foco de gripe aviária em uma granja comercial no município de Montenegro (RS), na semana passada.
“Alguns países já estão revendo o seu protocolo. Por exemplo, a Rússia regionalizou (ao Rio Grande do Sul) e, agora, a Coreia do Sul acabou de nos avisar que também está regionalizando”, declarou Fávaro a jornalistas após participar de um encontro entre o presidente Lula, o presidente de Angola, João Lourenço, e representantes do setor agropecuário.
Segundo o ministro, a mudança reflete a confiança internacional nas medidas sanitárias adotadas pelo Brasil. A Coreia do Sul comunicou oficialmente que, nesta segunda-feira (26), enviará os documentos necessários para formalizar a regionalização e permitir o desembarque de produtos avícolas provenientes de estados considerados livres da doença.
Mercado ainda afetado
Mesmo com a flexibilização sul-coreana, as exportações brasileiras de carne de frango continuam suspensas para 22 destinos, incluindo China, União Europeia, México, Chile, África do Sul, Canadá, Índia e Filipinas. Essas suspensões decorrem de decisões unilaterais dos países importadores ou de medidas do próprio Brasil, conforme acordos sanitários bilaterais.
Outros mercados optaram por restrições específicas ao estado do Rio Grande do Sul, como Arábia Saudita, Reino Unido, Rússia, Angola, Cuba e Turquia, além da recém-adicionada Coreia do Sul. Já Japão e Emirados Árabes Unidos impuseram limitações ainda mais localizadas, restringindo as importações apenas do município de Montenegro.
Fávaro destacou que o Brasil vai trabalhar com cautela para reverter as restrições. “Vamos gradativamente reconquistar espaço. Respeitamos o tempo de cada país e forneceremos todas as informações que forem solicitadas. Temos compromisso técnico com a segurança alimentar e sanitária”, disse.
A expectativa do governo federal é que, com a confirmação da contenção do foco no Rio Grande do Sul e a conclusão do vazio sanitário, período de 28 dias sem novos registros da doença, o país possa retomar o status de livre da gripe aviária e restabelecer plenamente suas exportações.
