As exportações brasileiras de carne bovina para os Estados Unidos seguem crescendo, mesmo após o aumento das tarifas impostas pelo governo do presidente Donald Trump. Em abril, o Brasil exportou 47,8 mil toneladas do produto para o mercado norte-americano, um salto de 498% em relação ao mesmo mês do ano passado e de 13,6% frente a março, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
A elevação das exportações ocorreu mesmo com a nova carga tributária sobre o produto, que passou a somar cerca de 36,4%. O percentual considera os 26,4% da cota já existente para a carne brasileira e os 10% adicionais implementados em uma tarifa universal pelo governo dos EUA.
No total, o Brasil exportou 273,4 mil toneladas de carne bovina em abril, alta de 10,2% ante -março e de 15,3% em relação ao mesmo período de 2024. A receita foi de US$ 1,33 bilhão, com crescimento de 13,1% frente a março e de 27,6% na comparação anual.
Segundo a consultoria Datagro, o resultado reflete não apenas o déficit de oferta de carne bovina nos Estados Unidos e na América do Norte como um todo, mas também a resiliência da carne brasileira no cenário internacional. “Não há comprometimento do quadro favorável às vendas externas de carne bovina brasileira, mesmo com barreiras tarifárias sendo impostas por compradores relevantes”, destacou a empresa em análise recente.
De janeiro a abril deste ano, o Brasil já exportou 949,9 mil toneladas de carne bovina, um crescimento de 13,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Para os EUA, o volume -mais que quintuplicou, somando 135,8 mil toneladas.
O desempenho positivo é impulsionado pela queda na produção de carne bovina nos EUA, causada pela escassez de gado para abate, aliada à demanda interna ainda aquecida. Com isso, o país vem ampliando suas importações, beneficiando produtores brasileiros mesmo diante de novas barreiras comerciais.