O mercado brasileiro de soja teve um dia praticamente estagnado na quinta-feira (29), com poucas negociações e preços estáveis na maioria das regiões. A retração dos produtores, diante da combinação entre a queda do dólar e a desvalorização dos contratos futuros na Bolsa de Chicago (CBOT), impediu novos avanços nas cotações.
Segundo o consultor da Safras & Mercado, Rafael Silveira, os prêmios até registraram leve melhora, mas não o suficiente para motivar os sojicultores a fecharem negócios. Assim, os poucos volumes comercializados se limitaram a operações da “mão para a boca”, como são conhecidas as vendas imediatas para cobrir demandas pontuais.
Nas principais praças do país, os preços se mantiveram sem variação relevante. Em Passo Fundo (RS), a saca foi negociada a R$ 128; em Santa Rosa (RS), R$ 129; e no porto de Rio Grande (RS), R$ 134. No Paraná, os valores também seguiram estáveis: R$ 128 em Cascavel e R$ 134 em Paranaguá. Já em Rondonópolis (MT), houve leve recuo, de R$ 116 para R$ 115. Dourados (MS) manteve o preço em R$ 119, e em Rio Verde (GO), a saca caiu de R$ 117,50 para R$ 116.
O cenário externo também contribuiu para o clima de cautela. Na CBOT, os contratos futuros da soja encerraram o dia em baixa pelo terceiro pregão consecutivo, pressionados pela entrada da nova safra sul-americana, que amplia a oferta global. O contrato com entrega em maio caiu 4,50 centavos de dólar (0,44%), fechando em US$ 10,08¼ por bushel. A posição julho recuou 5 centavos (0,48%), terminando a US$ 10,21½.
Entre os subprodutos, o farelo de soja com vencimento em maio caiu US$ 2,20 (0,73%), fechando a US$ 297,70 por tonelada. O óleo teve queda de 0,18 centavo (0,42%), sendo cotado a 42,36 centavos de dólar por libra-peso.
O mercado financeiro também influenciou o desempenho das commodities. O dólar comercial caiu 0,44% no dia, encerrando cotado a R$ 5,6480 para venda. A moeda norte-americana oscilou entre R$ 5,6326 e R$ 5,6931, reforçando o viés de baixa nas cotações internas da soja.