O dólar comercial voltou a subir com força nesta quarta-feira (28) e fechou cotado a R$ 5,695, em alta de 0,89%. A moeda norte-americana chegou a atingir R$ 5,71 na máxima do dia, puxada por incertezas internas sobre o aumento do IOF e por fatores externos, como as expectativas em torno dos juros nos Estados Unidos.
A tensão no mercado foi ampliada após declarações do Ministério da Fazenda indicando disposição para rever pontos do decreto que aumenta o IOF. A medida tem enfrentado resistência no Congresso, e a possibilidade de sua revogação levanta dúvidas sobre a capacidade do governo de cumprir as metas fiscais de 2025.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu à noite com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e líderes partidários para tentar manter o texto. Mais cedo, o secretário-executivo da pasta, Dario Durigan, sinalizou que o governo está aberto a discutir alternativas com representantes do setor financeiro, como os bancos.
O clima de incerteza também afetou a Bolsa de Valores. O Ibovespa, principal índice da B3, caiu 0,47% e fechou o dia aos 138.888 pontos, interrompendo uma sequência de três altas consecutivas. Ainda assim, o índice acumula valorização de 0,77% na semana.
No cenário internacional, a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, trouxe cautela aos mercados. O documento indicou que a autoridade monetária continuará avaliando com cuidado os dados de inflação antes de tomar qualquer decisão sobre cortes nos juros. A manutenção dos juros altos em economias desenvolvidas tende a atrair recursos que poderiam ser aplicados em países emergentes, como o Brasil, pressionando o câmbio.
Com o avanço desta quarta, o dólar acumula alta de 0,85% na semana e de 0,33% em maio. No acumulado de 2025, no entanto, ainda registra queda de 7,85%.