A suspensão temporária das tarifas comerciais impostas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu trégua ao mercado financeiro nesta quinta-feira (29). Com o alívio no cenário internacional, o dólar comercial fechou em baixa de 0,5%, cotado a R$ 5,666, enquanto o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, recuou 0,25% após oscilar entre ganhos e perdas ao longo do dia.
Durante a manhã, a moeda norte-americana chegou a cair até R$ 5,64, influenciada pela decisão de um tribunal de comércio dos EUA que suspendeu, por 90 dias, grande parte das sobretaxas impostas por Trump. As tarifas, que afetavam países como China e Brasil, variavam de 10% a até 145%. Com a suspensão, a expectativa era de retomada nas negociações comerciais.
No entanto, no fim da tarde, uma reviravolta aconteceu depois que a Corte de Apelações dos EUA concedeu uma liminar restabelecendo as tarifas, aumentando a cautela dos investidores. Ainda assim, o dólar terminou em baixa, acumulando queda de 0,17% em maio e de 8,3% no acumulado de 2025.
Apesar da queda do dólar, o desempenho da bolsa foi impactado por fatores internos. A taxa de desemprego no Brasil, no trimestre encerrado em abril, atingiu o menor nível desde 2012. O dado reforçou a percepção de que o Banco Central pode manter os juros altos por mais tempo, o que pressionou negativamente o mercado acionário.
Outro fator de atenção foi a indefinição em torno do IOF. O Congresso Nacional deu um prazo de dez dias para negociar com o governo alternativas ao aumento do imposto, alimentando temores sobre o equilíbrio das contas públicas.