O Brasil enfrenta prejuízos significativos nas exportações de carne de frango após a confirmação do primeiro caso de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em uma granja comercial no Rio Grande do Sul. Segundo estimativas do Ministério da Agricultura, o país pode deixar de exportar entre US$ 100 milhões e US$ 200 milhões (R$ 565 milhões a R$ 1,1 bilhão) em um período de 30 dias de restrições internacionais - prazo que tende a ser ainda maior na prática.
O secretário de Comércio e Relações Internacionais do ministério, Luis Rua, projetou que o volume não exportado pode variar entre 50 mil e 100 mil toneladas, considerando o preço médio de US$ 2 mil por tonelada no mercado internacional. Isso representa uma redução de 10% a 20% na média mensal de 465 mil toneladas embarcadas em 2025. O impacto exato dependerá da extensão e duração dos embargos impostos pelos países compradores.
Restrições já em vigor
Vários mercados importantes já suspenderam as importações de produtos avícolas brasileiros, incluindo China, União Europeia, Argentina, Uruguai, Chile e México. Coreia do Sul e Rússia também devem adotar medidas semelhantes. O México, principal destino dos ovos gaúchos, importou 560 toneladas no primeiro quadrimestre de 2025, gerando US$ 2,3 milhões em receita.
No Rio Grande do Sul, o governo estadual decretou embargo mínimo de 60 dias para a região afetada após a detecção do vírus em Montenegro, no Vale do Caí, e em um zoológico de Sapucaia do Sul. Ricardo Santin, presidente da ABPA, destacou que, dos 150 países compradores, cerca de 15 devem fechar completamente suas portas, enquanto outros 35 podem adotar restrições parciais.
O setor mantém expectativas de recuperação, já que muitos mercados devem manter suas importações normalmente.