Produção mundial de açúcar deve bater recorde em 2025/26, aponta USDA

Brasil e Índia puxam crescimento da oferta global, enquanto UE reduz safra; excedente pode pressionar preços

- Da Redação, com Safras & Mercado
23/05/2025 09h07 - Atualizado há 8 horas
Produção mundial de açúcar deve bater recorde em 2025/26, aponta USDA
Foto: iStock/Mapa

A produção global de açúcar deve atingir 189,3 milhões de toneladas na safra 2025/26, um aumento de 4,7% em relação aos 180,7 milhões de toneladas estimados para 2024/25, de acordo com relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Com a demanda prevista em 177,9 milhões de toneladas (alta de 1,4%), o mercado enfrentará um excedente de 11,4 milhões de toneladas, o maior em três anos. 

O crescimento será impulsionado principalmente por Brasil e Índia, que compensarão a queda na União Europeia. Enquanto isso, as exportações globais devem recuar, influenciadas por menores embarques da UE e Tailândia, e os estoques finais tendem a aumentar, especialmente na Índia e China. 

Brasil: produção recorde e maior viés para etanol

O país deve produzir 44,7 milhões de toneladas, 1 milhão a mais que na temporada anterior, beneficiado pelo clima favorável e ganhos de produtividade. A divisão da cana entre açúcar e etanol deve inclinar-se para o biocombustível, com 49% destinado ao açúcar (ante 51% em 2024/25) e 51% ao etanol. As exportações devem crescer, enquanto o consumo interno tende a recuar levemente. 

A produção europeia deve cair 9%, para 15 milhões de toneladas, com redução de 10% na área de beterraba, especialmente na França e Alemanha. Com isso, as importações aumentarão, e as exportações devem encolher. O consumo e os estoques, porém, permanecem estáveis. 

A Índia terá salto de 25% na produção, para 35,3 milhões de toneladas, impulsionada por clima favorável e expansão da área cultivada. O consumo interno deve crescer, puxado pelo setor de alimentos, e tanto exportações quanto estoques aumentarão. Já a Tailândia elevará sua produção em 2%, para 10,3 milhões de toneladas, mas as exportações cairão devido à concorrência brasileira. 

Sobretudo, o excedente de 11,4 milhões de toneladas em 2025/26 pode levar a uma maior pressão sobre os preços internacionais, especialmente se a demanda não acompanhar o ritmo da produção. Agentes de mercado monitoram ainda os efeitos do clima e eventuais mudanças nas políticas de subsídios em grandes produtores, como Índia e Tailândia. 


Notícias Relacionadas »