O mercado físico do boi gordo voltou a registrar queda nos preços nesta quinta-feira (8), refletindo especialmente o aumento da oferta e o avanço das escalas de abate. De acordo com o analista da consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o atual cenário sugere que esse movimento de baixa deve se manter no curto prazo, em linha com o padrão sazonal típico do mês de maio.
“Estamos no auge da safra do boi gordo, o que tradicionalmente pressiona os preços para baixo. A maior oferta melhora o posicionamento das indústrias e amplia o poder de barganha nas negociações”, explicou Iglesias. Ainda assim, o ritmo acelerado das exportações tem servido de suporte, impedindo recuos ainda mais expressivos nos valores da arroba.
As cotações médias da arroba nesta quinta confirmam o movimento de baixa em diversas praças pecuárias do país. Em São Paulo, o preço teve queda para R$ 314,83, frente aos R$ 317,42 do dia anterior. Em Goiás, a média caiu para R$ 294,82, enquanto em Minas Gerais o valor recuou para R$ 299,71.
No Mato Grosso do Sul, a arroba foi negociada a R$ 306,93, abaixo dos R$ 313,75 do dia anterior, e no Mato Grosso o preço caiu levemente para R$ 314,43, ante R$ 315,45.
Atacado
No mercado atacadista, os preços também cederam, frustrando as expectativas de boas vendas na primeira quinzena do mês, mesmo com o impulso esperado pelo Dia das Mães.
Segundo Iglesias, a dúvida agora recai sobre o comportamento da reposição nos próximos dias. “A tendência é que, na segunda quinzena, o consumo perca força, o que pode intensificar o movimento de queda”, destacou.
Os principais cortes bovinos sofreram desvalorizações. O quarto traseiro foi precificado a R$ 24 por quilo, uma queda de R$ 1. O quarto dianteiro caiu para R$ 19,50, também com recuo de R$ 1, enquanto a ponta de agulha passou a ser vendida a R$ 18 por quilo, R$ 0,50 abaixo da cotação anterior.