São José do Rio Preto (SP) deve ganhar, em breve, uma usina de compostagem voltada ao reaproveitamento de resíduos verdes. A iniciativa, liderada pela Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento, visa transformar galhos, folhas e restos de poda em adubo orgânico, promovendo uma cadeia produtiva mais sustentável e eficiente. A proposta segue o modelo da Usina Verde de Campinas, em funcionamento desde 2020, e que já é referência no Estado de São Paulo na gestão ambiental urbana.
O projeto também deve contar com a colaboração das secretarias de Meio Ambiente e de Serviços Gerais, unindo diferentes frentes da administração pública municipal para fortalecer a logística e a operacionalização da unidade.
No último dia 9, o município recebeu pesquisadores do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), responsável técnico pelo desenvolvimento do modelo implantado em Campinas. Estiveram presentes o diretor do IAC, Marcos Landell; o diretor do Centro de Solos e Pesquisas de Fertilizantes, Heitor Cantarella; e a vice-diretora do IAC, Regina Celia de Matos Pires. A comitiva foi recebida pela secretária de Agricultura de Rio Preto, Carina Ayres, acompanhada pelos secretários José Heitor dos Santos (Serviços Gerais) e Cel. Paulo Pagotto Júnior (Meio Ambiente). Também participou da reunião a secretária de Agricultura de Bauru, Simone Pongitore.
Durante o encontro, os pesquisadores do IAC apresentaram os resultados da experiência de Campinas, onde a usina transforma cerca de 100 toneladas de resíduos por dia em composto orgânico. O adubo produzido é utilizado em áreas verdes urbanas, projetos de reflorestamento, produção de mudas e até em pesquisas agronômicas. O município também obteve autorização do Ministério da Agricultura para comercializar o produto, gerando receita com um material que antes seria descartado em aterros sanitários.
Além da sustentabilidade ambiental, o projeto representa economia financeira. Em Campinas, estima-se uma redução de R$ 1 milhão por mês em custos com destinação de resíduos. Com a comercialização do adubo, essa economia tende a aumentar.
A proposta para São José do Rio Preto busca replicar essa experiência bem-sucedida, com adaptações às realidades locais. O objetivo é reduzir o volume de resíduos enviados ao aterro, diminuir a emissão de gases de efeito estufa e promover um ciclo produtivo mais sustentável e circular, com benefícios diretos à agricultura urbana e ao meio ambiente.
A iniciativa posiciona São José do Rio Preto como uma das cidades que lideram, no interior paulista, a transição para modelos de gestão ambiental mais inovadores, eficientes e comprometidos com o futuro do planeta.