O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) anunciou nesta sexta-feira (25) o lançamento de novos mapas de previsão sobre o déficit, o excesso e o armazenamento de água no solo em todo o território nacional. O objetivo é oferecer aos produtores rurais uma ferramenta de suporte para o planejamento agrícola, com informações atualizadas mensalmente.
Baseados no Balanço Hídrico Mensal (BH) — que considera variáveis como chuvas, evapotranspiração potencial (ETP) e capacidade de água disponível no solo (CAD) — os novos mapas trarão três indicadores principais: deficiência hídrica, excedente hídrico e armazenamento de água no solo.
A deficiência hídrica (DEF) mostra quando a demanda de água pelas plantas supera o suprimento natural; o excedente hídrico (EXC) indica quando o solo não consegue armazenar toda a água recebida; e o armazenamento de água no solo (ARM) representa o percentual de água efetivamente retido no solo.
Segundo o Inmet, o desenvolvimento do novo produto é resultado do trabalho da Coordenação-Geral de Meteorologia Aplicada, Desenvolvimento e Pesquisa (CGMADP/INMET). A expectativa é de que os mapas, que estarão em constante aprimoramento, ajudem a antecipar a identificação de áreas com escassez ou excesso de água, favorecendo o manejo das culturas temporárias e permanentes.
"O lançamento desses novos mapas representa avanço significativo no aprimoramento das ferramentas de suporte à tomada de decisão no campo", destacou o Instituto em nota. "A iniciativa reforça o compromisso do Inmet com a inovação e a resposta às demandas do setor agropecuário, contribuindo para uma agricultura mais eficiente e resiliente, por meio da oferta de informações climáticas de alta precisão e qualidade."
Previsão para maio e junho
De acordo com as projeções do Inmet, o mês de maio deve registrar ampliação das áreas com escassez hídrica para os cultivos agrícolas. O déficit hídrico será mais acentuado em regiões como o Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), com áreas em laranja e vermelho indicando déficit e áreas em branco e amarelo apontando baixo armazenamento de água no solo.
Essas condições devem favorecer a colheita do milho de primeira safra na região. No entanto, a escassez hídrica poderá prejudicar o milho da segunda safra, especialmente no estágio de floração, fase de maior demanda por água. O Inmet orienta a adoção de estratégias de irrigação, onde for possível, para mitigar os impactos e manter o potencial produtivo das lavouras.
Para junho, com o final do outono, a tendência é de diminuição das chuvas na parte central do Brasil, ampliando ainda mais as áreas com deficiência de água no solo. Em contrapartida, o extremo norte do país, a faixa litorânea do Nordeste e grande parte da Região Sul devem apresentar excedentes hídricos e níveis satisfatórios de armazenamento, conforme indicam as áreas em azul nos mapas de previsão.