Os preços do suíno vivo e da carne suína registraram nova queda ao longo de março, conforme apontam levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) divulgados nesta quinta-feira (10). Apesar da desvalorização observada no comparativo mensal, os valores médios seguem significativamente mais altos do que os registrados no mesmo período de 2024 em várias das praças acompanhadas pelo Centro.
Na região SP-5 — que compreende Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba —, o suíno vivo foi negociado a uma média de R$ 8,56 por quilo em março. O valor representa uma retração de 3,3% frente ao mês anterior. Ainda assim, em termos reais e com ajuste pelo IGP-DI de março de 2025, o preço está 17,9% acima daquele praticado em março de 2024.
Segundo agentes consultados pelo Cepea, o recuo nos preços está diretamente ligado a uma oferta de animais superior à demanda dos frigoríficos, que têm se mostrado cautelosos na aquisição de novos lotes. Esse descompasso entre oferta e procura também se refletiu no mercado atacadista da Grande São Paulo.
No atacado, a carcaça especial suína apresentou queda de 4,8% entre fevereiro e março, com o quilo do produto sendo comercializado a R$ 12,60. Mesmo com essa baixa, o valor médio atual ainda supera em 25,5%, em termos reais — deflacionado pelo IPCA de fevereiro —, a média registrada em março do ano passado.
A menor liquidez nas vendas e a pressão de oferta seguem como principais fatores limitantes para a sustentação dos preços, mesmo com uma base anual ainda bastante valorizada. O cenário indica que o mercado pode seguir pressionado no curto prazo, especialmente se a demanda interna não reagir nos próximos meses.
