Os Estados Unidos podem negociar novos acordos comerciais bilaterais após impor tarifas sobre importações de seus principais parceiros, incluindo o Brasil. A informação foi dada pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio, que afirmou que o objetivo das tarifas é buscar “justiça” no comércio global.
“Vamos impor tarifas recíprocas às que os países impõem a nós. E então, a partir dessa nova base de justiça e reciprocidade, poderemos negociar novos acordos que façam sentido para ambos os lados”, declarou Rubio em entrevista à CBS.
O governo dos EUA tem imposto tarifas de 25% sobre o aço e alumínio e 10% sobre produtos chineses, com novas taxações previstas para setores agrícolas e automotivos.
O Brasil, um dos principais exportadores de aço para os EUA, já iniciou negociações com autoridades americanas. Técnicos dos ministérios de Relações Exteriores e Desenvolvimento, Indústria e Comércio conversaram na última sexta-feira (14) com representantes do governo dos EUA para buscar alternativas.
Apesar da disposição ao diálogo, o governo brasileiro teme que Trump mantenha uma postura inflexível, como indicado por declarações recentes do presidente americano. Em 2018, o Brasil conseguiu negociar cotas de exportação sem tarifas, mas desta vez a administração dos EUA se mostra menos propensa a concessões.
A medida tem sido criticada por especialistas, que alertam para o aumento dos custos de produção nos EUA e o risco de pressionar a inflação. Além disso, novas tarifas sobre a União Europeia podem intensificar a guerra comercial, com ameaças de taxações de 200% sobre bebidas alcoólicas importadas.