15/01/2025 às 09h16min - Atualizada em 15/01/2025 às 09h16min

Produção de cacau cai quase 20% em 2024 e preços atingem recordes históricos

Problemas climáticos e pragas impactam indústria; mercado global inicia 2025 sob forte volatilidade

- Da Redação, com Canal Rural
Foto: reprodução

A produção brasileira de cacau sofreu uma queda de 18,5% em 2024, com 179.431 toneladas de amêndoas recebidas, em comparação às 220.303 toneladas processadas no ano anterior, segundo dados da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). O resultado reflete os desafios enfrentados pela cadeia produtiva, como condições climáticas adversas e a disseminação de pragas, incluindo a vassoura-de-bruxa e a podridão-parda.

 

No mercado internacional, a crise na oferta resultou em uma alta histórica nos preços. Os contratos futuros em Nova York subiram 165% ao longo do ano, impulsionados por déficits globais consecutivos, especialmente na África, principal região produtora. A baixa liquidez nas bolsas também contribuiu para a disparada nos valores.

 

Impactos regionais

 

Na Bahia, estado responsável pela maior parte da produção nacional, a oferta caiu 21,8%. O Pará, segundo maior produtor, registrou uma retração de 11,9%. Estados como Espírito Santo e Rondônia também apresentaram reduções significativas, agravando os desafios enfrentados pela indústria de cacau no Brasil.

 

Moagem e exportações

 

A moagem de cacau no Brasil, fundamental para a produção de derivados, diminuiu 9,5% em 2024, totalizando 229.334 toneladas. Por outro lado, as exportações de produtos derivados, como manteiga e pó de cacau, cresceram 6,2%, alcançando 50.257 toneladas. Entre os principais destinos estão Argentina, Estados Unidos e Países Baixos.

 

Anna Paula Losi, presidente-executiva da AIPC, destacou a necessidade de diversificação e políticas públicas para enfrentar os desafios da oferta. "O mercado global está buscando alternativas para superar a crise africana, com esforços direcionados à expansão da produção em outras regiões", afirmou.

 

2025

 

O ano de 2025 começa com incertezas no mercado de cacau. A relação entre estoques e demanda global permanece apertada, enquanto os custos elevados e a volatilidade nas bolsas preocupam produtores e investidores. A desaceleração na moagem global e as condições climáticas na África Ocidental continuarão a influenciar os rumos do setor.

 

 


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