30/12/2024 às 10h43min - Atualizada em 30/12/2024 às 10h43min

Ano desafiador para a soja. com produção robusta e queda de preços marcaram 2024

Oferta global elevada e menor impacto climático influenciaram o mercado, resultando em desvalorização do grão

- Da Redação, com Canal Rural
Foto: reprodução

O mercado global de soja encerrou 2024 com resultados desafiadores, apresentando uma queda significativa nos preços, estimada em 21% ao longo do ano. O desempenho negativo foi influenciado por uma oferta global robusta e condições climáticas mais favoráveis na safra brasileira 2023/24, que contribuíram para um cenário de menor volatilidade no setor.

 

Segundo Rafael Silveira, analista da Safras & Mercado, a abundância de soja no mercado global foi um dos principais fatores para a desvalorização. "O ciclo anterior havia sido marcado por uma redução drástica na área plantada nos Estados Unidos, mas a safra 2023/24 recuperou parte desse potencial, com uma produção de 113,2 milhões de toneladas. Apesar disso, os estoques finais nos EUA permaneceram limitados, em torno de 9,3 milhões de toneladas", destacou.

 

América do Sul

 

Na América do Sul, o Brasil e a Argentina se destacaram, mesmo enfrentando os desafios climáticos impostos pelo fenômeno El Niño. O Brasil colheu mais de 150 milhões de toneladas, consolidando uma das maiores colheitas da história, embora abaixo do potencial estimado de 165 milhões de toneladas. "Foi uma safra robusta, mas as adversidades climáticas impediram que alcançássemos o pleno potencial", explicou Silveira.

 

Já a Argentina, após uma quebra histórica em 2023, apresentou uma recuperação impressionante, com uma produção de aproximadamente 50 milhões de toneladas. Esse volume reposicionou o país como um player relevante no mercado de farelo de soja, além de alavancar suas exportações ao longo do ano.

 

Exportações e preços

 

Embora o Brasil tenha registrado uma produção recorde, as exportações em 2024 foram inferiores às do ano anterior, totalizando cerca de 98 milhões de toneladas. A redução foi atribuída à oferta global abundante e à pressão sobre os preços. Fatores como variações cambiais e custos logísticos também influenciaram o mercado, trazendo oscilações ao longo do ano.

 

O cenário começou a mudar no último trimestre, com a menor disponibilidade global de soja promovendo uma leve sustentação nos preços. "No Centro-Oeste brasileiro, o aumento do basis foi evidente, refletindo a pressão da indústria de esmagamento em busca de suprimentos, o que também impulsionou os preços do óleo de soja", afirmou Silveira.

 

Competitividade no mercado global

 

Durante o primeiro semestre de 2024, o Brasil manteve sua competitividade no mercado global, com exportações intensas, especialmente para a China, principal destino da soja brasileira. Entretanto, no segundo semestre, o ritmo das exportações desacelerou devido à menor disponibilidade interna e à recuperação da produção argentina, que aumentou a oferta no mercado internacional.

 

O Brasil consolidou sua posição como líder na produção global de soja. 

 

 

 

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