04/11/2024 às 10h35min - Atualizada em 04/11/2024 às 10h35min
Eleição presidencial dos EUA acontece nesta terça (5): entenda o impacto no agronegócio
Kamala Harris e Donald Trump disputam a Casa Branca em um sistema eleitoral complexo
- Da Redação
Foto: Pexels Os norte-americanos irão às urnas nesta terça-feira (5) para decidir o nome que assumirá a presidência dos Estados Unidos pelos próximos quatro anos. Concorrendo pelo Partido Democrata, Kamala Harris enfrenta o ex-presidente Donald Trump, do Partido Republicano, numa eleição que traz propostas opostas para temas centrais como economia, política externa e justiça social. Ambos os candidatos também apresentam visões divergentes para o agronegócio, setor importante para a economia norte-americana.
Como funciona a eleição
A eleição presidencial americana possui um processo único. Ao contrário de sistemas como o brasileiro, o presidente dos EUA não é eleito diretamente pela população, mas sim pelo chamado Colégio Eleitoral, um sistema que exige pelo menos 270 dos 538 votos de delegados para que o candidato se torne o novo líder do país.
O Colégio Eleitoral dos Estados Unidos é composto de acordo com a população de cada estado, determinando a quantidade de delegados que cada unidade da federação terá. Estados populosos como Califórnia (com 54 votos) e Texas (com 40 votos) possuem maior influência na escolha do presidente.
A maioria dos estados adota o sistema "winner takes all", ou seja, o vencedor da votação popular em cada estado leva todos os votos eleitorais daquele estado. Isso permite que um candidato possa vencer no Colégio Eleitoral sem ter a maioria dos votos populares nacionais, o que já ocorreu em eleições recentes. Além disso, alguns estados são conhecidos como "swing states" ou "battleground states" – como Flórida, Pensilvânia e Michigan – onde o resultado é imprevisível, e as campanhas se concentram em conquistar esses locais decisivos.
Perfil dos candidatos
Kamala Harris, caso eleita, promete dar continuidade e expandir algumas políticas da administração Biden, com foco em justiça social, economia verde e alianças internacionais. Suas propostas incluem o aumento do salário mínimo, expansão do acesso à saúde e promoção de práticas sustentáveis, especialmente para o setor agrícola.
Em questões de imigração, Harris defende uma reforma abrangente, algo de grande importância para o agronegócio, que depende fortemente de trabalhadores sazonais, especialmente em estados como Califórnia e Texas. Além disso, ela propõe regulações ambientais rigorosas, com o objetivo de reduzir as emissões de carbono e incentivar práticas sustentáveis, o que poderia beneficiar agricultores que já adotam tecnologias verdes, mas também elevar os custos de produção para outros.
Por outro lado, Donald Trump, ao retornar ao cenário eleitoral, promete reverter várias políticas de Biden, defendendo uma postura protecionista tanto no comércio quanto na imigração. Suas propostas incluem a redução de regulamentações ambientais, o que pode diminuir custos para o agronegócio, especialmente em produções intensivas como milho e soja, ao relaxar restrições de uso de recursos naturais.
Em relação ao comércio, Trump sugere uma postura rígida com a China, podendo aumentar tarifas de importação e renegociar acordos, algo que, durante sua presidência anterior, afetou negativamente as exportações agrícolas, especialmente para o mercado chinês, que é um dos maiores compradores de produtos como soja e carne suína.
O agronegócio americano, um dos pilares da economia dos EUA, enfrenta desafios que dependem fortemente das políticas de cada candidato. Com um impacto que vai desde a oferta de alimentos até a geração de empregos em áreas rurais, o setor é um dos mais influenciados pelas decisões presidenciais. A escolha entre Harris e Trump poderá transformar a forma como o agronegócio americano lida com questões de sustentabilidade, comércio internacional e mão de obra.