16/04/2024 às 09h34min - Atualizada em 16/04/2024 às 09h34min
“Terra molhada” tem garantido maior competitividade para o pecuarista
Fabiano Reis
Foto: Reprodução O mercado do gado pronto brasileiro age como se esperasse uma notícia ou movimento novo. Parte relevante dos fundamentos têm se mantido, regados pelas chuvas esparramadas em maior ou menor intensidade, por todo país. Um fator que chama atenção é, ao fechar os números de abates em março mais fracos na comparação com o primeiro bimestre, a atividade industrial segue com forte expressão abril, com registros históricos pelo país.
Um dos fatores que tem agitado pecuaristas – confinadores e os confinamentos, de maneira geral, é o comportamento do mercado futuro nacional, a B3 tem registrado altas regulares, com as posições de outubro e novembro negociadas acima de R$ 247,00 a arroba do boi gordo, a última citada em quase R$ 248,00. Há um ditado: os painéis de negociação no futuro antecipam os cenários que veremos na operação de mercado físico. Neste caso está mais óbvio, mas o cenário vai influenciar outras categorias de animais também.
Tudo isso tem ocorrido com abates históricos no país, acelerados mesmo em 2024, a produção de carne bovina é intensa. O Estado com o maior rebanho nacional, Mato Grosso, mostra que os abates atingiram 1,76 milhão de cabeças de bovinos, alta de 30,88%, quando comparado ao mesmo período do ano de 2023. A composição do contingente segue formado por maioria de fêmeas no MT, em idade reprodutiva. As informações são do INDEA - Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso e o IMEA - Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária.
As exportações também seguem com ritmo intenso nos volumes embarcados, que com média acima de 10 mil toneladas ao dia, vai ter superado todo o mês de abril de 2023 quando o senhor(a) terminar de ler este parágrafo na terça-feira, antes das 11 horas. Brincadeira a parte, o problema é o preço da tonelada embarcado, com média no mês de US$ 4.513, queda de 5,5% comparado a abril de 2023. Os dados foram divulgados nesta última segunda-feira, pela Secex - Secretaria de Comércio Exterior.
Os preços para arroba do boi gordo seguem bastante sólidos e, ainda que a expectativa seja de recuo em prazo médio, a terra molhada tem garantido mais competitividade para o pecuarista nas disputas de preços no presente.