22/10/2024 às 11h49min - Atualizada em 22/10/2024 às 11h49min
Expectativa de alta para boi gordo deve se manter
Fabiano Reis
Foto: Reprodução A entrada de animais de confinamento é presente no mercado brasileiro, em especial nos estados com maior tradição de bovinos terminados nesta modalidade, Goiás, Mato Grosso e São Paulo, mas como já pontuado na última semana, o volume é suficiente apenas para cumprir os contratos feitos, os preços da arroba do gado pronto, boi, vaca e novilha, seguem em alta e não mudam as expectativas.
Outro fator que se mantém em alta é a demanda interna por carne bovina, o mercado atacadista segue enxuto na oferta e, claramente, os preços têm subido. No varejo ainda não há sentimento de alta sendo repassada ao consumidor final e, com isso, a demanda segue aquecida mesmo na segunda quinzena do mês, as exportações também, mas isto comento depois.
Antes, preciso resgatar alguns fatores ligados aos preços e, automaticamente, oferta de animais pelos estados brasileiros. Os dias garantidos de abates de bovinos recuaram fortemente, estão em seis dias em São Paulo, cinco dias nos estados de Mato Grosso do Sul e Goiás, quatro dias no Mato Grosso, Tocantins, Pará e Bahia. A exemplificação é para dizer que mesmo nos estados da região norte a oferta é escassa e semelhante nos estados mais ao sul.
As médias de preços por arroba de boi gordo alcançam R$ 307,00 em Mato Grosso do Sul e São Paulo, R$ 300,00 em Minas Gerais e Goiás, Pará em R$ 285,00. Um fator importante é que de tanto falar de boi, às vezes, não se fala da valorização da arroba de fêmeas no Brasil que ganhou o mesmo ritmo dos machos nas últimas semanas.
Há um grupo no mercado que tem apontado que os cenários descritos pode elevar o valor da carne bovina ao consumidor do mercado interno brasileiro, alguma gestão de cadenciamento de vendas por parte do pecuarista, aumento no interesse em confinamento, entre outros pontos podem conter a alta da arroba. Vou comentar, mais como economista e não como jornalista…é evidente que não há espaço para tal coisa, matematicamente falando, salvo algum incidente de ordem sanitária, os preços vão seguir subindo, mesmo com a movimentação atual. Não há com o que se preocupar!, A indústria, considerando os movimentos dos últimos 24 meses, principalmente em 2024, conta com faturamento recorde, há margem para cobrir as altas do gado pronto.
A Secretária de Comércio Exterior informou nesta segunda-feira, dia 21 de outubro, que os embarques de carne bovina estão em 176,3 mil toneladas no acumulado até a terceira semana de outubro/24, apenas 9,8 mil toneladas abaixo do registrado em todo o 10º mês de 2023, restando nove dias para serem computados e com média diária exportada 42% superior a marca do mesmo período sazonal no último ano, com 12,5 mil toneladas ao dia, outubro de 2024 deve registrar históricos 288,8 mil toneladas.