A pecuária bovina de corte brasileira mudou e os números são maiores
Fabiano Reis
08/10/2024 11h54 - Atualizado há 3 meses
Foto: Reprodução
O mercado da pecuária bovina de corte já se encontra em mudança de ciclo há algum tempo, apesar da controvérsia que existe na afirmação. Afinal, a valorização dos mercados do boi gordo e do gado de reposição, somado ao menor volume de fêmeas para abate, evidenciam o momento. Por outro lado, se olharmos para o volume total de animais abatidos mensalmente e o volume escalado, negociações de mercado e mesmo fêmeas indo para gancho, os números são muito mais altos do que qualquer outro momento de início de ciclo de alta.
O que dá a total a sustentação, em meu entendimento, para afirmar que o ciclo é de alta, é a pecuária bovina de corte brasileira ter mudado. Os volumes de animais para abate em números, são determinantes, mas não são os únicos fatores com a mesma força ou peso para tal afirmação. Os animais abatidos, o volume de carne bovina exportada, a demanda internacional, a melhora muito positiva no consumo doméstico de carne bovina em 38,21 quilos por pessoas, mudaram os patamares. Um detalhe bom de se observar é que o consumo interno na China deve ser 5 quilos/habitante em 2024. Muito pode acontecer, mesmo com os problemas da economia chinesa.
A arroba do boi gordo é negociado com picos acima de R$ 300,00 no Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná e as referências estão entre R$ 280,00 e R$ 290,00. Ainda que exista a entrada de maior volume de gado de confinamento em outubro, a tendência mantida é de alta. Não há nenhuma outra fonte de matéria-prima esperada, afinal se chover melhor mesmo, teremos pasto em janeiro e fêmeas em volume mais abundante deve aparecer somente em fevereiro.
Em setembro de 2024 tivemos mais um recorde nas exportações de carne bovina com 251,7 mil toneladas, alta de 29,05% frente ao mesmo período do ano passado e 15,8% superior ao último mês de agosto, de acordo com os dados da Secex - Secretaria de Comércio Exterior na sexta-feira. A média diária embarcada foi de 11,9 mil toneladas, 23,51% maior que o volume exportado no mesmo mês no último ano. O preço médio recuou 0,5% frente a setembro de 2023, ficando em US$ 4,513 mil por toneladas.