05/11/2024 às 11h42min - Atualizada em 05/11/2024 às 11h42min

Gado de reposição sobe e dólar alto deve fazer indústrias a direcionarem produção para o exterior

Fabiano Reis
Foto: Divulgação / Embrapa
O mercado de gado de reposição subiu mais na última semana, comparado ao mercado do boi gordo. Fator que não impediu uma busca e valorização mais intensa para novilhas a serem abatidas no período. O intervalo entre os primeiros dias de novembro e o fechamento da primeira quinzena devem ser de maior disputa por oportunidade de compra entre produtores rurais e indústrias, no que diz respeito a animais para produção de carne, com uma utilização mais clara do argumento de entrada de gado de confinamento, atacado vivenciando absorção de maior custo e repasse para o varejo e o dólar que dispara.
 
Começo pelo final do parágrafo de abertura. Afinal, o Brasil conta com fundamentos econômicos frágeis, com forte elevação de gastos, falta de compromisso com setores que geram trabalho e renda, uma gastança oficial sem limites, total desiquilíbrio fiscal e uma disparada absurda do dólar. Com isso, temos crescimento na expectativa do IPCA, Índice de Preços ao Consumidor Amplo, que mensura inflação, de juros e da moeda norte-americana. Não vou entrar em linha com a crítica a política ao Governo e fico somente no fator econômico, mas é justamente neste aspecto que a fraca gestão destrói, vagarosamente, o poder de compra da população brasileira e reduz o seu poder de compra. Para resumir, todos os fatores citados empobrecem o brasileiro.
 
Se o dólar, que chegou recentemente a bater R$ 5,84, segue valorizado, isso dá maior liquidez aos produtos exportados. No caso, a indústria frigorífica observa grande oportunidade de vendas com faturamento melhor em moeda nacional. O que é bom para o setor, essencialmente, para a indústria exportadora.
 
Todavia, diferentemente do que temos no mercado da soja, onde a commoditie é impactada pelos três elementos de formação de preços, (prêmio no porto, dólar e soja em Chicago) e, por exemplo, dólar subiu, o preço sobe diretamente para o produtor rural, o mesmo não acontece na bovinocultura. A margem gerada com a volatilidade cambial vai para a indústria, que deve elevar ou direcionar maior volume de sua produção para a exportação e, possivelmente, demande mais animais. (Opa...com essa busca mais constante por fêmeas para abate, somada a entrada de animais confinados, é possível o movimento já ocorrer).
 
Em resumo, a arroba deve seguir valorizando, o que vemos é uma redução momentânea de ritmo. Em termos de ponto de atenção, mesmo com a redução no abate de fêmeas, o mesmo segue elevado quando comparado com o mesmo período sazonal em anos anteriores. Também, o retorno de um volume mais consistente de pastagem daqui a algum tempo pode representar algum impacto, mas vai reduzir custos. Gado magro já subiu bastante e vai elevar o ritmo de alta, o mesmo ocorre com bezerros.
 

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