A valorização das categorias pecuárias segue expressiva nos estados brasileiros, com importantes negócios sendo feitos pelo País, com promoção dos valores bem acima das referências que temos visto nas cotações nacionais. O cenário mostra assédio do setor industrial nas regiões de atuação, com propostas mais vantajosas, inclusive para fêmeas, com lotes comercialização em R$ 298,00 até R$ 305,00 por arroba em Mato Grosso do Sul e São Paulo.
Ao mesmo tempo que os animais para abate sobem os preços e há uma busca mais intensa por matéria-prima, a entrada de animais de confinamento segue e, desde o último dia 21 de outubro, houve uma intensificação que deve se manter nesta semana. O cenário não se altera, segue com valorizações para o gado terminado pelo pecuarista e negociações mais intensas para formação de escala. Uma observação importante é não haver mais diferença no volume de negócios entre a primeira e segunda quinzena do mês.
Enquanto os fatores apontam para sequência de preços subindo nos animais que vão o gancho, as categorias de gado de reposição ganham forte ritmo de preços nas praças produtoras. Os impactos já são vistos de maneira muito clara nos leilões de animais para cria, recria e engorda, tanto nos preços praticados, quanto também na atividade das leiloeiras. Há maior disposição para compra e os preços de hoje são, seguramente, os mais baixos dos próximos anos e, por isso mesmo, a procura e a referência segue em alta.
Em conversas e entrevistas com especialistas de mercado, de estados diferentes, em meu programa no Canal do Boi, algumas observações ficam claras: mesmo agora o abate de fêmeas no Brasil, quando se observa o cenário sazonal, é muito intenso, mais alto que anos anteriores; os bezerros em algumas praças que estavam há poucos meses em R$ 8,00 ou R$ 9,00 o quilo, estão em R$ 13,00 até R$ 14,00; bezerro e gado magro seguem em alta e sobem muito mais em 2025; o abate acelerado de fêmeas em 2024 vai pesar fortemente nos próximos anos; no próximo ano devemos ver os recordes de exportação de carne bovina in natura continuando, contudo o volume de abates será reduzido.
A estrutura descrita acima, mostra um reordenamento na cadeia produtiva da carne bovina a partir de 2025, na qual a oferta de animais para abate fica menor, com uma queda mais intensa na oferta de fêmeas para abate, valorização intensa de bezerros, gado magro e touros e uma disposição menor de carne bovina no mercado doméstico brasileiro, com a redução no volume de abates e manutenção e até crescimento nas exportações nacionais.