01/04/2024 às 09h09min - Atualizada em 01/04/2024 às 09h09min

Preços da soja enfrentam queda no 1º trimestre, mas expectativas de recuperação no 2º semestre

Analista prevê melhoria nos preços com a aproximação do segundo semestre, apesar das perdas iniciais

- Da Redação, com Safras & Mercado
Foto: R.R.Rufino / Embrapa
O mercado brasileiro de soja enfrenta um período de desvalorização dos preços, conforme avaliação feita pelo analista e consultor da Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez Roque, durante a 7ª edição do Safras Agri Week, ao revisar o desempenho do mercado no primeiro trimestre deste ano.

"Esse movimento já foi observado ao longo do ano passado, mas há uma perspectiva de recuperação, especialmente a partir do segundo semestre", afirmou Roque. Ele ressaltou que o "fundo do poço" em termos de preço já foi atingido.

Roque também abordou a controvérsia em torno do tamanho real da safra brasileira de soja. O último dado da Safras & Mercado, considerando as perdas em vários estados, indica uma produção de 148,6 milhões de toneladas, abaixo do potencial inicial previsto, que estava acima de 160 milhões de toneladas. "A baixa umidade no centro-norte do Brasil nos meses de outubro, novembro e dezembro foi um destaque negativo, comprometendo a produção, especialmente no Mato Grosso. Como ponto positivo da safra, é possível apontar a recuperação da produção no Rio Grande do Sul", analisou.

O consultor expressou confiança de que não deve haver uma perda ainda maior na produção brasileira de soja, uma vez que a colheita já está próxima de 70% no Brasil. "Há inclusive números interessantes na região do Matopiba, onde a produtividade pode surpreender positivamente", informou.

Além disso, Roque mencionou que o atraso na comercialização da safra também tem contribuído para o ambiente de preços baixos no Brasil. Até o dia 8 de março, apenas pouco mais de 36% da safra foi comercializada. "Quando o produtor segura a venda de soja e começa a negociá-la no momento da colheita, isso acaba impedindo que haja uma recuperação dos preços", explicou.

No entanto, as exportações apresentam um desempenho positivo no primeiro trimestre, com 26,8 milhões de toneladas de soja indicadas para embarques, segundo o line-up dos portos brasileiros. Para todo o ano, Safras estima que as exportações devam ficar em torno de 94 milhões de toneladas, abaixo das 102 milhões de toneladas embarcadas em 2023. "Com uma produção menor, não haverá tanta oferta para atender a indústria esmagadora e a demanda externa", justificou Roque.

Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://canalpecuarista.com.br/.