03/04/2024 às 08h44min - Atualizada em 03/04/2024 às 08h44min

Sistema soja e milho deve registrar maior prejuízo dos últimos 25 anos, aponta Cepea

Coletiva organizada por Aprosoja e Abramilho revela perspectivas pouco animadoras para a próxima safra

- Da Redação, com Notícias Agrícolas
Foto: Divulgação Ministério da Agricultura
Dados alarmantes  sobre a rentabilidade para os produtores de soja e milho na safra 2023/24 foram apresentados durante uma coletiva de imprensa organizada pela Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja) e pela Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), nesta terça-feira (02). 

O Pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Mauro Osaki, revelou que o ciclo 2023/24 está se configurando como o período de maior prejuízo para o sistema soja + milho dos últimos 25 anos, especialmente considerando os dados da região de Sorriso, no Mato Grosso.

Com uma média de produtividade de 50 sacas por hectare, a rentabilidade da soja está comprometida, mesmo com preços na casa dos R$ 100 por saca em muitas regiões produtoras do país. Para aqueles com produtividade de 30 sacas por hectare, nem mesmo preços de R$ 150,00 seriam suficientes para cobrir os custos.

Os custos de produção diminuíram, permitindo que os produtores adquirissem insumos para a safra 2023/24 a preços menores do que os da safra anterior. No entanto, os preços de venda das commodities caíram ainda mais, reduzindo a rentabilidade. Osaki destacou que os resultados da segunda safra de milho estão um pouco melhores, mas ainda assim insuficientes para cobrir os prejuízos acumulados com a soja.

Olhando para o ciclo 2024/25, Osaki não vislumbra um cenário muito otimista, prevendo valores apertados e a necessidade de uma produtividade média de 55 sacas por hectare apenas para cobrir os custos. Este cálculo, no entanto, não leva em conta as dívidas acumuladas nesta safra e os investimentos dos produtores.

Diante desse panorama desafiador, Cleiton Gauer, Superintendente do Imea, ressaltou a preocupação com os preços abaixo dos R$ 100 a saca, levando os produtores a enfrentar prejuízos mesmo sem ofertas atrativas por parte das traders.

Para o Diretor Executivo da Abramilho, Glauber Silveira, a tendência é que os produtores recuem no plantio para a safra 2024/25, especialmente em terras arenosas que foram abertas nos últimos anos, em um movimento de ajuste à crise.

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