07/03/2024 às 08h50min - Atualizada em 07/03/2024 às 08h50min

Moagem de cana-de-açúcar deve bater recorde de 650 mi de toneladas no Centro-Sul

Clima favorável impulsiona produção de açúcar e etanol, mas cenário para próximo ciclo gera incertezas

- Da Redação, com Notícias Agrícolas
Foto: Maria Goreti Braga dos Santos / Embrapa Agroenergia
O encerramento da safra 2023/24 de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil consolida o otimismo em torno deste ciclo de produção. Com a conclusão prevista para o mês de março, a expectativa é de que a moagem atinja um nível recorde de cerca de 650 milhões de toneladas, impulsionada pelo clima favorável aos canaviais. 

José Guilherme Nogueira, CEO da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (ORPLANA), destaca a safra 2023/24 como uma "supersafra", com um volume de cana moída no Centro-Sul quase 20% maior do que o ciclo anterior. Esta produção abrange uma área prevista pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de 7,39 milhões de hectares, com uma produção estimada em 614,08 milhões de toneladas.

O ciclo atual registrou uma produtividade impressionante, com cerca de 87 toneladas por hectare. No entanto, Almir Torcato, gestor corporativo da Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo (Canaoeste), ressalta que, apesar do cenário favorável, as expectativas para o ciclo 2024/25 são marcadas por incertezas.

Com a moagem recorde e os altos preços, a produção de açúcar foi maximizada neste ciclo, com uma projeção de aproximadamente 42 milhões de toneladas, um aumento de cerca de 25% em relação ao ciclo anterior. No entanto, as projeções para o próximo ciclo indicam uma quebra na produção de cana-de-açúcar entre 8% e 10%, principalmente devido às precipitações irregulares entre dezembro e fevereiro.

A consultoria Safras & Mercado revisou suas projeções para a safra 2024/25, estimando uma produção de cana de 650 milhões de toneladas, enquanto a consultoria Datagro prevê uma moagem de 592 milhões de toneladas, representando uma queda de 9,8% em relação ao ciclo anterior. O próximo ciclo também pode ser impactado por custos de produção mais baixos devido à queda nos preços dos insumos agrícolas nos últimos meses.

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