Setor de máquinas agrícolas registra queda de quase 30% no 1º bimestre, diz Abimaq

Cenário de baixa além do previsto pode acarretar em revisão das projeções para o fechamento do ano

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O segmento de máquinas agrícolas enfrentou uma queda significativa de 29,7% nos primeiros dois meses de 2024, segundo dados revelados pelo presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA) da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Pedro Estevão Bastos.

Bastos expressou preocupação com a possibilidade de revisão das projeções para o fechamento do ano caso o acumulado do primeiro trimestre mantenha-se próximo dos 30% de declínio. Ele declarou que, considerando fatores econômicos e climáticos, a expectativa de retração para o final de 2024 era de 15%, mas os dados de janeiro e fevereiro já ultrapassam essa estimativa.

O presidente da CSMIA ainda explicou que as recentes férias coletivas e demissões anunciadas pelas fábricas da John Deere e da AGCO no Rio Grande do Sul são reflexo do cenário de vendas em queda. Segundo ele, a situação no Sul reflete a realidade nacional, com a rentabilidade do agricultor afetada pela queda nos preços das commodities e pelos juros elevados, além da expectativa de quedas futuras nos preços, o que leva os clientes a adiarem suas compras.

Bastos destacou que a seca agravou ainda mais o quadro, em especial no Centro-Oeste do país, afetando um dos maiores mercados. No entanto, ele afirmou que não acredita que as paralisações nas fábricas impactem significativamente a oferta de máquinas no mercado, especialmente para tratores, onde os estoques são suficientes para entre quatro e seis meses.

Apesar do momento conjuntural desafiador, Bastos enfatizou que o setor está bem estruturado e destacou a perspectiva de aumento nas exportações de grãos pelo Brasil a longo prazo. Com o tempo e a diminuição dos estoques, a rentabilidade deve retornar para o produtor.