O mercado brasileiro de arroz enfrenta um cenário de cautela, conforme compradores iniciam a semana testando os vendedores na tentativa de obter reduções nos preços. A análise de Evandro Oliveira, analista da SAFRAS & Mercado, destaca que, diante da iminente chegada do mês de fevereiro, que historicamente é mais "morto" devido aos feriados, as empresas estão mais relutantes, buscando liquidar lotes mesmo que com descontos.
"Ao adentrarmos em março, inicia-se a colheita, trazendo uma maior oferta que, por sua vez, cria uma tendência de retração nas cotações. Nesse final de janeiro, observamos uma presença mais forte de vendedores tentando ajustar suas posições no mercado", afirmou Oliveira.
O estado do Rio Grande do Sul, importante produtor de arroz, registrou danos pontuais nas estruturas de taipas de algumas lavouras devido à intensidade da precipitação em 16 de janeiro. Entretanto, as lavouras gaúchas, em sua maioria na fase vegetativa, mostram boa tolerância ao acamamento. O analista ressalta que o clima desfavorável, com perdas entre 10% e 15% nas primeiras colheitas no Paraná e em Santa Catarina, é comum em anos de forte El Niño.
O setor fica atento à transição para a fase reprodutiva, quando áreas em florada podem ser mais vulneráveis a danos causados por ventos intensos. Agricultores em estágio de floração adotam estratégias como a elevação da altura da lâmina de irrigação para aumentar a tolerância ao frio, especialmente abaixo de 15°C.