Mercado do feijão segue parado, com demanda fraca e preços pressionados

Compradores mantêm cautela e retraem negócios, enquanto produtores reduzem pedidas para evitar estoques

- Da Redação, com Safras & Mercado
30/06/2025 09h20 - Atualizado há 13 horas
Mercado do feijão segue parado, com demanda fraca e preços pressionados
Foto: reprodução

O mercado brasileiro do feijão encerrou a semana praticamente travado, tanto para o feijão-carioca quanto para o preto. Segundo o analista Evandro Oliveira, da Safras & Mercado, mesmo com um volume inicial razoável de ofertas, a demanda permaneceu fraca e seletiva, forçando corretores a aceitarem ajustes de preços para não acumular ainda mais estoques.
 

No caso do feijão-carioca, a falta de interesse derrubou as pedidas. O extra (nota 9 e 9,5), que começou a semana perto de R$ 305 a saca (cultivar Dama), caiu para propostas de R$ 260, sem fechar negócios expressivos. A queda contaminou também os tipos comerciais (7,5 e 8) e intermediários (8,5), que ficaram entre R$ 180 e R$ 220. “A escassez de produto premium e a falta de compradores na bolsa fizeram as poucas vendas ocorrerem de forma direta e pontual”, disse Oliveira.
 

Em Goiás, grãos de nota 8 e 8,5 giraram entre R$ 176 e R$ 180 FOB, e em Minas Gerais entre R$ 202 e R$ 207. A chegada do feijão irrigado mineiro e a expectativa para a terceira safra, mesmo com previsão de queda de 4,6% na produção, não foram suficientes para destravar o mercado. “A tendência é seguir travado até o fim da semana, com compradores postergando novas aquisições”, projetou.
 

Para o feijão-preto, o cenário não foi diferente. Os preços ficaram estáveis, mas as vendas lentas. O produto maquinado (30/60 kg) saiu entre R$ 190 e R$ 205, enquanto o feijão a granel ficou de R$ 170 a R$ 185. Grandes distribuidoras tentaram puxar os preços para baixo aproveitando volumes maiores. No Sul do Paraná, o tipo 1 variou de R$ 132 a R$ 137 FOB, e nos Campos de Cima da Serra, no RS, superou R$ 150, mas sem grande apetite do mercado.
 

“A demanda segue muito baixa, com compradores aguardando possíveis quedas adicionais. Isso trava o fluxo e faz dos negócios pontuais a única regra do jogo”, concluiu Oliveira.

 

 


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