A produção de cana-de-açúcar no Brasil deve atingir um novo recorde na safra 2023/24, com 677,6 milhões de toneladas, segundo o 3º Levantamento da Safra da cultura divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O resultado representa um aumento de 10,9% em relação à safra anterior.
O bom desempenho esperado é influenciado tanto pelo melhor rendimento das lavouras, estimado em 81.129 quilos por hectares, como pela maior área destinada ao cultivo da cultura, prevista em aproximadamente 8,35 milhões de hectares.
A região Sudeste, principal produtora de cana do país, deverá aumentar o volume colhido em 12,2%, totalizando 434,98 milhões de toneladas. A área apresenta uma leve redução, mesmo com os investimentos para a renovação das lavouras. Por outro lado, a produtividade média deverá aumentar, passando de 75.629 quilos por hectares para 85.046 kg/ha.
Já no Centro-Oeste, tanto a área quanto a produtividade deverão aumentar neste ciclo. Com isso, a projeção é que a colheita atinja 143,78 milhões de toneladas.
No Sul do país, a maior área destinada para a cultura neste ciclo reverte as sucessivas reduções registradas, com alta de 2,6%. A melhora no desempenho chega a 11,2%, chegando a 72.399 quilos por hectares, o que resulta em uma estimativa de produção de 35,32 milhões de toneladas de cana.
Na região Nordeste, a produção deve crescer 4,7%, chegando a 59,55 milhões de toneladas, influenciada, principalmente, pela elevação da área, uma vez que a produtividade se mantém próxima a estabilidade, com um leve acréscimo de 0,4%.
No Norte, o acréscimo de área e a expectativa de melhores produtividades deverão aumentar a produção em 3,8%, quando comparada à safra passada, resultando em uma produção de 3,97 milhões de toneladas.
A estimativa de produção recorde de cana possibilita que o país registre crescimento tanto de açúcar como de etanol. Para o adoçante, a expectativa é que se atinja uma produção de 46,88 milhões de toneladas, representando um aumento de 27,4% em relação à safra passada. Confirmado o resultado, o volume configura o maior já registrado na série histórica.
Para o etanol, o crescimento esperado comparado com a safra anterior atinge 9,9%, chegando a 34,05 bilhões de litros, produzidos a partir da cana-de-açúcar e do milho. Desse total, 14,48 bilhões de litros serão de etanol anidro e 19,57 bilhões de litros de etanol hidratado.
O cenário de mercado para o etanol se apresenta mais desafiador. A exportação brasileira do combustível foi de 1,44 bilhão de litros na safra 2023/24, de abril a outubro, o que corresponde a uma queda de 5,2% na comparação com o mesmo período da safra passada. A tendência é que se mantenha o panorama de queda, influenciado tanto pelo comportamento do câmbio quanto do preço do petróleo, que vem em trajetória descendente desde meados de outubro, afetando os preços da gasolina e consequentemente do seu principal concorrente, o etanol.