Nos últimos períodos, o mercado do boi magro enfrentou um ritmo de negociação notavelmente lento em quase todas as regiões monitoradas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Muitos envolvidos na indústria indicam que a categoria de boi magro atualmente carece até mesmo de um valor de referência.
Os pesquisadores do Cepea observam que, apesar da crescente demanda por animais para engorda, devido às exportações, parte dos frigoríficos e confinadores opta por adquirir animais ainda na fase de bezerros, reduzindo a busca por bois próximos à terminação.
Uma das razões para essa tendência é a parceria cada vez mais comum entre frigoríficos e produtores, onde os animais são adquiridos em estágios mais iniciais de desenvolvimento. Isso também está relacionado à busca pela eficiência, visto que, em alguns casos, a demanda externa solicita preferencialmente animais jovens e o uso de tecnologias permite uma terminação mais rápida. Esse cenário contribui para a menor liquidez nos animais que têm em torno de 24 meses.
Outro fator que influencia essa situação é a desvalorização acentuada do boi gordo, o que reduz o interesse na reposição, especialmente quando a terminação ocorre em pastagens.