A Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) divulgou, nesta segunda-feira (20), boletim constando que o setor deve enfrentar desafios menos severos neste início de ano. O comunicado ainda afirma que as perspectivas para 2023 são positivas, mesmo com preocupações relacionadas à saúde animal na cadeia de proteína.
“O início do ano é sempre desafiador para os suinocultores, mas este ano, o desafio é mais brando do que nos últimos anos e as perspectivas ainda são animadoras, apesar dos riscos que surgem e do alto nível de endividamento do setor, que passou por um longo período de crise", afirmou o Presidente da entidade, Marcelo Lopes.
A ABCS acredita que o foco de atenção do setor de proteína animal em 2023, será a saúde, na medida em que a peste suína africana se agrava na China e a gripe aviária se espalha pelo mundo.
“Ainda é cedo para avaliar o impacto dessas doenças na dinâmica do mercado de carnes, mas essas variáveis precisam ser monitoradas”, afirmou a entidade.
A ABCS também defende, que o Brasil precisa revisar o protocolo sanitário assinado com a China, sobre a suspensão imediata das exportações de carne bovina para o país asiático, em caso de ocorrência de encefalopatia espongiforme bovina (EEB) atípica.
“É evidente que o sistema pecuário brasileiro é altamente seguro, mas casos atípicos continuarão aparecendo, e esses embargos, ainda que transitórios, causam danos irreparáveis às cadeias de proteína animal brasileiras”, disse a entidade.
Após a notificação do caso atípico de EEB pelo governo brasileiro no final de fevereiro, o mercado de carne suína vem registrando contínuas quedas de preços, que vinham em trajetória ascendente, desde o final de janeiro. A entidade disse que não há fatores para sustentar essa queda por muito tempo, já que a disponibilidade doméstica de carne suína está atualmente mais ajustada à demanda.
O suíno vivo acumula quedas de preços nos principais mercados monitorados pelo índice Cepea/Esalq em março, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
A carcaça suína especial caiu 6,2% de março até sexta-feira (17), para R$ 10,59/kg.
Da Redação, com CarneTec e ABCS