O governo argentino afirmou que o país já registra 8 casos confirmados de gripe aviária de alta patogenicidade (H5N1). Segundo o Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa), as notificações concentram-se nas províncias de Córdoba, Salta, Santa Fé e Jujuy. A entidade analisa, ainda, 98 suspeitas de gripe aviária em aves silvestres reportadas pelo país.
Com o avanço dos casos, o governo local decretou um plano de prevenção que visa o controle sanitário das fronteiras e do território nacional para reforçar a prevenção no circuito comercial. "Foi acordado um investimento de cerca de 1 bilhão de pesos para reforçar o Senasa com a incorporação de pessoal; insumos laboratoriais, logística, equipamentos e reforço da infraestrutura dos postos de fronteira", afirmou o Ministério da Economia, em nota. As medidas anunciadas somam-se à investigação de áreas de foco da doença para aves silvestres, reforço das ações de vigilância epidemiológica na fronteira com Chile, Bolívia e Uruguai, desinfecção de veículos, entre outros.
Há uma semana, a Argentina confirmou o primeiro caso de gripe aviária em ave migratória silvestre próximo à lagoa Pozuelos, na província de Jujuy, fronteira com a Bolívia. Desde então, as notificações vêm crescendo. Na sexta-feira, 17, o Ministério da Saúde argentino confirmou a ocorrência da gripe aviária em dois patos selvagens da província de Córdoba e, no sábado (18), dois novos casos em perus das províncias de Córdoba e Salta. Na terça, as análises do Senasa atestaram a infecção em três aves domésticas, em Córdoba novamente.
Com base nas investigações epidemiológicas realizadas pelo país, foram identificadas 14 pessoas expostas à gripe aviária (11 adultos e 3 menores de idade). Elas estiveram em contato com aves infectadas, mas não apresentaram nenhum sintoma da doença até o momento. Todos são monitorados pelas equipes de saúde das respectivas províncias. Apesar do cuidado, a Sanasa informa que o risco de transmissão da doença para humanos é baixo e ocorre somente pelo contato com animais infectados. Não há risco algum no consumo de carne de aves, ovos e derivados, informa o Senasa.
Em nota publicada no site do Ministério, a entidade diz estar trabalhando nas áreas onde foram feitas as confirmações de gripe aviária, fortalecendo os controles e as medidas preventivas. O setor produtivo também é estimulado a reforçar as medidas de manejo, higiene e biossegurança, segundo o serviço. O país também começou a sobrevoar, com aviões e drones, áreas de lagoas com possível ocorrência da doença em busca de aves mortas ou com comportamento atípico.
O vice-presidente da Argentina, Rodolfo Acerbi, pediu que as pessoas denunciem qualquer suspeita de ave contaminada e mantenham os galinheiros fechados. "Temos de preservar, como a nossa grande jóia, a área comercial. Temos de cuidar e reforçar as medidas de segurança", afirmou.
Em comunicado, o ministro da Economia argentino, Sergio Massa, acrescentou que, além da gripe aviária, a população do país enfrenta uma das piores secas dos últimos 100 anos, lida com a queda no peso do abate bovino e teme a possibilidade de ocorrência de um caso de vaca louca no Brasil. "Os produtores estão vivendo condições extraordinárias em um momento particular em que o mundo precisa de proteínas argentinas e temos enormes oportunidades de crescer abastecendo o mercado interno", disse.
Da redação, com Estadão Conteúdo