08/07/2022 às 12h41min - Atualizada em 08/07/2022 às 12h41min

Alta acumulada chega a 14,5% em cinco meses de 2022 e segue se valorizando

O leite captado em abril e pago ao produtor em maio de 2022 aumentou 11,8% na comparação com maio de 2021, informa o Centro de Estudos em Economia Aplicada (Cepea). Quando comparamos o preço pago em abril e em maio deste ano, o crescimento entre um mês para o outro foi de 4,4%. O produtor recebeu R$2,544 por litro. O Cepea também afirma que em cinco meses deste ano, o leite teve um aumento acumulado de 14,5%.

A boa notícia dos estudos do Cepea é que o movimento de alta continua. A expectativa é que o leite captado em maio e que será pago em junho avance mais 5%, na “Média Brasil” líquida.

O aumento do preço tem um motivo.  A queda no patacão e oferta. O Índice de Captação do Cepea (ICAP-L) ficou 3,7% menor entre abril e maio. Desde o início do ano, a queda acumulada é de 8,2% e a acumulada desde abril de 2021 é de menos 4,5%.

A briga pela compra do produto entre as grandes processadoras de leite mantém os preços em alta, sustentando o aumento. A queda na produção do leite é sazonal e é natural na entressafra. No entanto, este ano, a situação se agravou por causa do ciclo climático que prejudicou as pastagens e a silagem.

Outro problema enfrentado pelos produtos nesse momento são os altos custos de produção. Eles pressionam as margens, impedem investimentos de longo prazo e têm a capacidade de evitar uma grande queda, mesmo com problemas climáticos.

No último período, vimos a queda nos preços do milho e da soja. Que resultam no concentrado nutricional desse período. Ainda assim, a alimentação do rebanho se mantém alta.  Insumos como medicamento, complemento nutricional, energia e combustíveis também cresceram. Mas os Custo Operacionais Efetivos (COE) não subiram. É primeira vez dez desde 2019.

Cepea e Organização das Cooperativas do Brasil (Cepea/OCB) avaliavam, até meados de maio, que o preço do litro do leite sofreria uma queda, com a baixa procura, mas a oferta enxuta, a diminuição dos estoques e o encarecimento do leite spot (à vista, negociado entre as indústrias) a partir da segunda quinzena de maio inverteram essa tendência.

Em Minas Gerais, o leite valorizou 3,4% da primeira para a segunda quinzena de maio, mas na média mensal, o valor ficou praticamente estável (-0,1%) frente a abril, em R$3,01 o litro. Em junho, mostrou um forte aumento de 26,2% na média mensal e chegou a R$3,8 o litro.

Todo esse cenário permitiu o avanço das importações de lácteos no mercado brasileiro. Resultado é maior importação e menor exportação de produtos lácteos.

Da Redação

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