28/02/2022 às 10h48min - Atualizada em 28/02/2022 às 11h16min

Carnes suína e de frango podem enfrentar alta nos custos com guerra na Ucrânia

Analistas de mercado ouvidos pelo CarneTec afirmam que a guerra no leste europeu pode provocar nos setores produtores e industriais de carne no Brasil, alta dos insumos e elevar os custos de produção e logísticos.

Após o início dos ataques da Rússia à Ucrânia, o preço das commodities, que é  base para insumos, explodiu na Bolsa de Chicago, referência para de preços no mercado internacional.

Os dois países respondem por 25% de todo o trigo produzido e colocado no mercado internacional. Também são grandes exportadores de milho, base para alimentação dos animais mais consumidos.

O presidente da Minerva Foods, Fernando Galletti de Queiroz, em teleconferência com analistas de mercado, disse na semana passada que “o primeiro impacto que vamos ver nos mercados é o aumento dos preços de grãos”. Ele disse acreditar que essa alta vai ser repassada para os preços na produção de frangos e suínos.

A carne bovina que vai ser impactada é a produzida pelo sistema de confinamento. Mas observou que esse cenário abre espaço para os produtores da América do Sul focarem na criação dos animais no pasto.

Queiroz disse acreditar que setores como os de alimentos e medicamentos não devem sofrer embargos à Rússia, uma vez que são itens essenciais, humanitários e que podem provocar insegurança alimentar. São itens de exceção.

Promovem conflitos sempre e preparam e aumentam os estoques de alimentos, disse o executivo.

Os analistas da consultoria Agrifatto não acreditam que a redução na exportação da carne bovina brasileira para a Rússia tenha grandes impactos nas exportações brasileiras da proteína. Ano passado, a Rússia foi responsável por apenas 3% dos embarques de carne brasileira.

O analista da Agrifatto Yago Travagini Ferreira, em podcast da Consultoria divulgado na quinta-feira (24) disse que “em teoria, se a Rússia parar de comprar (carne bovina) do Brasil, a gente não vai ter um impacto grande”.

A preocupação, no entanto, são as sanções rigorosas contra o sistema financeiro daquele país, provocando um impasse no sistema internacional de pagamentos, afetando o Brasil.

Por outro lado, a analista Lygia Pimentel, também da Agrifatto, acredita que a carne brasileira pode ser afetada caso os países europeus reduzam a demanda pela carne caso se envolvam diretamente no conflito. Segundo ela, “é tudo preliminar, mas imaginamos que possa ter um impacto negativo sobre a demanda europeia e nos países que mais irão se envolver nesse conflito.”

Outra corrente da cadeia produtiva que pode ser afetada é a da logística. A elevação dos custos do frete para frigoríficos exportadores pode aumentar. Nesse caso, o problema é o fechamento de portos e a limitação da entrada do produto nos países envolvidos com a guerra.

Da Redação


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