A expectativa em torno da recuperação dos valores praticados para a arroba do gado pronto na maior parte das praças brasileiras, acabou por se confirmar nos primeiros 11 dias de agosto de 2025. A escala mais baixa da indústria frigorífica, a resistência de parte dos pecuaristas em vender seus animais por preços mais pressionados (bastante cientes do não-impacto da tarifa dos Estados Unidos nas exportações de carne bovina do Brasil ou no preço da tonelada) e até o adiamento do “salvaguardas” à carne bovina exportada pela China, distensionaram um pouco o mercado.
As praças de referencial no país tiveram um bom balanço de vendas nesta última semana, que antecedeu o Dia dos Pais. O bom volume de vendas era perceptível no mercado atacadista de São Paulo e Rio de Janeiro, importantes praças consumidoras, uma e duas semanas antes, o cenário foi refletido no forte volume de vendas no varejo brasileiro, em especial, nos dias de véspera ao domingo de comemoração.
Além da arrumação, após os efeitos do “tarifaço”, na precificação da arroba do gado pronto, o adiamento por três meses do “salvaguardas” à carne bovina brasileira importada para a China. A investigação começou em dezembro do ano passado, com o objetivo de apurar um possível excesso de oferta de carne bovina no mercado chinês, o que traria queda nos preços e prejuízos para a indústria local. A prorrogação alivia a pressão sobre o mercado brasileiro, principal exportador de carne bovina para o país asiático, ainda mais após a incidência de tarifa dos EUA.
De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior, o embarque de carne bovina registrou 80,4 mil toneladas nos primeiros seis dias úteis de agosto de 2025. Chama a atenção a média diária calculada em 13,4 mil toneladas, 35,7% acima do mesmo período no ano anterior. Os preços médios estão 25,3% mais altos que no ano passado e alcançam US$ 5.557,0 mil por tonelada.