O presidente Lula afirmou nesta quarta-feira (6) que pretende articular uma resposta conjunta dos países do Brics às novas tarifas impostas pelos Estados Unidos. Em entrevista à agência Reuters, ele revelou que entrará em contato com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e com o presidente chinês, Xi Jinping, para avaliar os impactos das medidas norte-americanas em cada país e discutir uma eventual reação coordenada.
Na mesma data, entraram em vigor tarifas de até 50% sobre parte das exportações brasileiras aos EUA, somadas a um novo decreto do presidente americano Donald Trump que aplicou sobretaxa de 25% a produtos indianos. O argumento para a segunda medida, segundo Trump, é que o país asiático importa petróleo da Rússia.
Lula declarou não ver espaço para negociação com o governo Trump no momento. “Ele não quer conversa, só ameaças”, disse, reforçando que o Brasil está buscando alternativas comerciais para preservar empregos e apoiar empresas afetadas.
Apesar da retórica dura, Lula garantiu que o Brasil ainda aposta no diálogo: “Poderia retaliar com taxação, mas não quero agir como Trump. Quero mostrar que, quando um não quer, dois não brigam”.
O presidente também criticou o que considera intromissões dos EUA na soberania brasileira, citando menções ao marco regulatório das big techs no Brasil como parte das justificativas americanas. “Esse país é soberano. Se não quiser regulação, saia do Brasil”, disparou.
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