O governo dos Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, condenou publicamente a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em nota publicada nesta segunda-feira (4) pelo Escritório para o Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado, os norte-americanos acusaram Moraes de “usar o STF para silenciar a oposição”.
Na mensagem, publicada na plataforma X (o antigo Twitter), o governo norte-americano afirma que Moraes é “violador de direitos humanos” e critica as novas restrições impostas a Bolsonaro. “Impor ainda mais limites à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender publicamente não é um serviço público. Deixem Bolsonaro falar”, diz o texto.
O governo Trump também ameaçou responsabilizar pessoas e instituições que colaborarem com as decisões do ministro brasileiro, classificando-as como condutas sancionadas.
A decisão de Alexandre de Moraes foi tomada após Bolsonaro ter aparecido em vídeos transmitidos durante manifestações no domingo (3), o que viola uma medida cautelar que o proibia de usar redes sociais, inclusive por meio de terceiros.
Com a nova decisão, Bolsonaro se torna o quarto ex-presidente brasileiro preso desde a redemocratização, após Collor, Lula e Michel Temer. A prisão domiciliar inclui proibição de visitas, exceto advogados e pessoas previamente autorizadas, além do veto ao uso de celulares próprios ou de terceiros. Moraes ainda alertou que, caso haja novo descumprimento, a medida será convertida em prisão preventiva.
