Tarifaço de Trump sobre o café brasileiro agita o mercado e traz incertezas para agosto

Estados Unidos impõem tarifa de 50% sobre o café do Brasil; setor ainda tenta reverter decisão antes do início da taxação

- Da Redação, com Safras & Mercado
04/08/2025 10h25 - Atualizado há 1 dia

O mês de julho entrou para a história do setor cafeeiro como o período do anúncio do tarifaço de 50% sobre as importações dos Estados Unidos a partir do Brasil, determinado pelo presidente Donald Trump. A medida, que entra em vigor no próximo dia 6 de agosto, atingiu em cheio o café brasileiro, que ficou de fora da lista de isenções publicada pela Casa Branca em 30 de julho.
 

O impacto da decisão é expressivo: os EUA respondem por 16% das exportações brasileiras de café, enquanto o Brasil abastece cerca de 30% do café importado pelos americanos. Especialistas classificam como surpreendente a ausência do grão na lista de exceções, especialmente por se tratar de um produto que os EUA não produzem.
 

“Trata-se de um impacto desproporcional que atinge tanto os exportadores brasileiros quanto a própria indústria americana”, afirmou Gil Barabach, consultor da Safras & Mercado. A reação inicial foi de alta nos preços internacionais, com forte volatilidade, especialmente para o café arábica em Nova York. Porém, no médio e longo prazo, o temor é que haja retração no consumo e mudanças no fluxo global de comércio.
 

Apesar das perdas no mercado físico e nas bolsas, com o arábica caindo 1,4% em NY e o robusta perdendo 6,1% em Londres, e o setor ainda aposta em uma reversão da medida, com atuação intensa de entidades como o Cecafé e a NCA americana. Caso contrário, o mercado global deve passar por ajustes logísticos significativos, com os EUA buscando café em novas origens e o Brasil fortalecendo exportações para Europa e Ásia.

 

 

Notícias Relacionadas »