O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), registrou deflação de 0,77% em julho, menos intensa que a queda de 1,67% observada em junho. Com isso, o indicador acumula baixa de 1,70% no ano e alta de 2,96% nos últimos 12 meses.
Segundo o economista Matheus Dias, do FGV IBRE, o recuo menos intenso nos preços ao produtor foi puxado por pressões vindas das matérias-primas minerais e do petróleo. "No Índice de Preços ao Consumidor (IPC), aumentos em habitação, educação e despesas diversas ajudaram a interromper a tendência de desaceleração iniciada em março", explicou.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que tem maior peso no IGP-M, caiu 1,29% em julho, após retração de 2,53% em junho. A queda foi generalizada entre os estágios de produção. Os Bens Finais recuaram 0,87%, enquanto os Bens Intermediários tiveram queda de 0,99%. As Matérias-Primas Brutas apresentaram retração de 1,79%, ante -4,68% no mês anterior.
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) acelerou de 0,22% para 0,27%. Houve avanço nos grupos Alimentação (de -0,19% para 0,03%), Despesas Diversas (de 0,06% para 0,71%), Educação (de 0,39% para 0,85%) e Habitação (de 0,67% para 0,75%). Em contrapartida, Vestuário e Transportes tiveram recuo nas taxas.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) também desacelerou, subindo 0,91% em julho ante alta de 0,96% em junho. A menor pressão sobre a mão de obra – com a redução de reajustes salariais – foi determinante. Enquanto isso, Materiais e Equipamentos avançaram de 0,06% para 0,84%, e Serviços de 0,74% para 1,06%.
O resultado de julho confirma a tendência de descompressão nos preços ao produtor e sugere estabilidade no comportamento inflacionário de curto prazo.