Cana-de-açúcar tem queda de produtividade e qualidade no Centro-Sul em junho

CTC aponta impacto negativo na safra 2025/26 e vê potencial de recuperação com uso de variedades genéticas modernas

- Da Redação, com Notícias Agrícolas
24/07/2025 09h18 - Atualizado há 1 dia
Cana-de-açúcar tem queda de produtividade e qualidade no Centro-Sul em junho
Foto: Reprodução

A produtividade e a qualidade da cana-de-açúcar na região Centro-Sul do Brasil registraram queda no mês de junho, segundo o boletim De Olho na Safra, divulgado pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). Os dados apontam recuos importantes em indicadores agrícolas e industriais da safra 2025/26, com destaque para a redução de 11,5% nas toneladas de açúcar por hectare (TAH), que passaram de 11,2 t/ha para 9,9 t/ha.

A queda também foi sentida no Açúcar Total Recuperável (ATR), indicador da qualidade da matéria-prima, que recuou 3,1% no acumulado da safra até junho, saindo de 125,2 kg/tc para 121,4 kg/tc. Já a produtividade média (TCH) despencou 10,8%, passando de 88,9 para 79,3 toneladas por hectare. A comparação entre os meses de junho de 2024 e 2025 mostra um ATR 4,4% menor, além da continuidade da queda na produtividade agrícola.

Segundo Henrique Mattosinho, gerente de Desenvolvimento de Mercado do CTC, a estratégia para reverter esse cenário passa pelo uso de variedades mais modernas e precoces.

“Melhorar a qualidade da matéria-prima por meio do uso de genéticas mais novas e altamente produtivas é uma estratégia eficaz para ampliar a margem econômica por hectare”, afirmou.

O especialista reforça que a colheita de variedades precoces no início da safra tem influência direta no aumento do ATR. No entanto, dados do benchmarking da plataforma do CTC mostram que 37% do volume processado entre abril e junho não utilizou essas variedades, o que revela uma oportunidade de ganho não explorada por parte dos produtores.

A expectativa agora é que as usinas ajustem o planejamento agrícola para incorporar materiais genéticos com maior potencial de resposta, especialmente diante das pressões de mercado e das margens apertadas do setor. A adoção de tecnologias e estratégias mais eficientes pode ser decisiva para melhorar os indicadores ao longo do restante da safra.


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