Preços da soja caem na maioria das regiões do Brasil, com exceção de Rondonópolis

Mercado físico registra pouca movimentação sob pressão da Bolsa de Chicago; clima favorável nos EUA aponta para safra robusta

- Da Redação, com Canal Rural
22/07/2025 10h54 - Atualizado há 12 horas
Preços da soja caem na maioria das regiões do Brasil, com exceção de Rondonópolis
Foto: reprodução

O mercado físico brasileiro de soja iniciou a semana com pouca movimentação e preços sob pressão na maioria das regiões produtoras. Conforme o analista Rafael Silveira, da consultoria Safras & Mercado, a postura distante dos agentes de mercado limitou os negócios.


No Rio Grande (RS), por exemplo, embora houvesse algumas oportunidades pontuais de venda, o forte recuo na Bolsa de Chicago, após três sessões de alta, restringiu o ímpeto comprador. Apesar de o dólar ter oferecido um breve alívio nos preços pela manhã, a moeda perdeu força ao longo do dia. Essa combinação, somada aos prêmios fracos, resultou na queda dos preços no mercado físico.
 

No interior do país, as cotações se mantiveram firmes, sustentadas pelo basis local. Os produtores continuam resistentes em aceitar os valores propostos pela indústria, que estão abaixo da paridade de exportação em muitas praças. Com isso, os vendedores reduziram ainda mais suas ofertas, aumentando o spread e tornando o mercado ainda mais travado. Em Passo Fundo (RS), o preço da saca caiu de R$ 133 para R$ 132. Em Santa Rosa (RS), de R$ 134 para R$ 133. Em Rio Grande (RS), de R$ 140 para R$ 139. Em Cascavel (PR), de R$ 132 para R$ 131. No Porto de Paranaguá (PR), de R$ 140 para R$ 139. Em contrapartida, Rondonópolis (MT) registrou alta, passando de R$ 120 para R$ 121. Em Dourados (MS), o valor caiu de R$ 127 para R$ 125, e em Rio Verde (GO), de R$ 123 para R$ 122.
 

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) encerraram a segunda-feira com preços em baixa. Embora haja confirmação de temperaturas elevadas no cinturão produtor dos Estados Unidos, as previsões indicam que essas temperaturas virão acompanhadas de chuvas, garantindo a boa evolução das lavouras. 
 

O agrometeorologista da Rural Clima, Marco Antonio dos Santos, afirma que as previsões indicam um padrão climático sem grandes extremos nas próximas semanas nos EUA. “Há previsões de chuvas, um pouco mais irregulares nesse momento, mas há sim chuvas quase que diárias em vários pontos do Meio-Oeste americano”, disse Santos, descartando riscos de quebra de safra mesmo com o calor esperado para o final de julho e início de agosto. Ele complementa que a "tendência é de chuvas dentro de uma normalidade. Está em pleno verão, então é esperado muito calor". 
 

Santos concluiu que, apesar de uma breve pausa nas chuvas nos Estados Unidos no início de agosto, a precipitação deve retornar logo em seguida. “Uma semana de tempo seco é formidável para a realização dos tratos culturais. O mercado pode até reagir a essa previsão, mas não há risco de quebra de safra. Pelo contrário, a safra vai ser muito boa este ano”, destacou. Ao final da tarde, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgará seu relatório com os dados de evolução das lavouras americanas.
 

Os contratos da soja em grão com entrega em agosto fecharam com baixa de 12,75 centavos de dólar (1,24%), a US$ 10,15 por bushel. A posição novembro teve cotação de US$ 10,26 por bushel, uma perda de 9,75 centavos (0,94%). 
 

Nos subprodutos, a posição agosto do farelo fechou com baixa de US$ 3,50 (1,27%), a US$ 270,50 por tonelada. Já no óleo, os contratos com vencimento em agosto fecharam a 56,07 centavos de dólar, com ganho de 0,25 centavo (0,44%). 
 

O dólar comercial encerrou a sessão em queda de 0,42%, sendo negociado a R$ 5,5650 para venda e a R$ 5,5630 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,5504 e a máxima de R$ 5,6114.



 

 


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