BRICS pede US$ 1,3 trilhão em financiamento climático até a COP30

Países ricos são cobrados a assumir mais responsabilidade e garantir recursos sem endividar nações em desenvolvimento

- Da Redação, com Agência Brasil
08/07/2025 09h42 - Atualizado há 2 dias
BRICS pede US$ 1,3 trilhão em financiamento climático até a COP30
Foto: Fernando Donasci/MMA

Os países do Brics divulgaram na segunda-feira (7) uma declaração conjunta cobrando que as nações mais ricas ampliem seus compromissos no financiamento climático. O grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul defende que o objetivo é captar US$ 1,3 trilhão até a COP30, marcada para novembro de 2025 em Belém (PA).
 

O documento, chamado “Mapa do Caminho de Baku a Belém”, expressa preocupação com as “lacunas de ambição e implementação” dos países desenvolvidos antes de 2020 e pede que eles fortaleçam as metas para 2030 e atinjam emissões líquidas zero de gases do efeito estufa preferencialmente até 2030, com emissões negativas logo depois.

A defesa do multilateralismo foi um dos principais pontos da Cúpula do Brics, no Rio de Janeiro. O grupo reforçou o papel da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e do Acordo de Paris como caminho para lidar com o aquecimento global.

O texto afirma que há capital global suficiente para enfrentar a crise climática, mas distribuído de forma desigual. Por isso, defende que o financiamento seja baseado em transferências diretas, sem criar dívidas que prejudiquem economias emergentes. “O financiamento para adaptação deve ser primariamente concessional, baseado em doações e acessível às comunidades locais, não devendo aumentar o endividamento”, destaca o documento.

Entre os instrumentos citados estão o Fundo Verde para o Clima (GCF), o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e o novo Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que poderá ser lançado na COP30 para garantir recursos previsíveis e de longo prazo à conservação.

 

Os líderes do Brics também apoiaram o mercado de carbono como forma de atrair o setor privado e rejeitaram medidas protecionistas unilaterais, como impostos e barreiras comerciais que usam preocupações ambientais como justificativa.

 

 


Notícias Relacionadas »