Acordo China-EUA pode prejudicar a sojicultura brasileira

Cenário complexo se forma com combinação de fatores externos, enquanto Brasil mantém ritmo recorde de exportações

- Da Redação, com Canal Rural
20/05/2025 08h55 - Atualizado há 7 horas
Acordo China-EUA pode prejudicar a sojicultura brasileira
Foto: Reprodução

O mercado internacional de soja viveu uma semana de intensa volatilidade, impulsionada por três fatores principais - o novo acordo comercial entre China e Estados Unidos, as mudanças na política de biocombustíveis norte-americana e o avanço acelerado do plantio da safra 2025/26 nos EUA. Segundo análise da plataforma Grão Direto, essa combinação criou um ambiente que impactou os preços do grão, do óleo e do farelo em escala global.

O anúncio do entendimento comercial entre as duas maiores economias do mundo trouxe otimismo imediato ao mercado, elevando as cotações e renovando as expectativas de demanda pela soja norte-americana. No entanto, esse movimento foi parcialmente contrabalançado pelas especulações sobre possíveis alterações na política de biocombustíveis dos EUA, que poderiam reduzir o consumo de óleos vegetais.

A queda nos preços do petróleo também exerceu pressão baixista sobre as cotações em Chicago.

Plantio avança nos EUA, enquanto Brasil bate recordes

Nos Estados Unidos, o plantio da nova safra segue em ritmo acelerado, com 48% da área já semeada até 11 de maio, 14 pontos percentuais à frente do mesmo período em 2024. Estados como Iowa (64%), Nebraska (62%) e Illinois (51%) lideram o processo, embora 23% das áreas plantadas ainda enfrentem condições de seca.

O clima favorável, com previsão de chuvas, pode melhorar a umidade do solo, mas também trazer atrasos pontuais. Enquanto isso, o Brasil continua a marcar presença forte no mercado internacional.

Dados da Secex mostram que o país exportou 37,4 milhões de toneladas entre janeiro e abril - aumento de 1,6% ante 2024. Só em abril, foram 15,3 milhões de toneladas, o segundo melhor resultado histórico, com projeções de atingir 16,5 milhões em maio. A tensão comercial entre China e EUA tem aberto espaço adicional para a soja brasileira no mercado chinês.

Mercado financeiro e perspectivas

Na Bolsa de Chicago, os contratos registraram leves altas. A soja para maio/2025 fechou a US$ 10,51 por bushel (+0,67%), enquanto o contrato para março/2026 subiu 0,76%, para US$ 10,56. No mercado cambial, o dólar apresentou variação moderada, cotado a R$ 5,67 (+0,35%), com expectativa de possível queda abaixo de R$ 5,60.


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