Soja: alta em Chicago e queda do dólar influenciam cotações no mercado brasileiro

Commodity registra valorização nas bolsas internacionais, mas efeito é limitado no mercado doméstico

- Da Redação, com Canal Rural
14/05/2025 08h57 - Atualizado há 10 horas
Soja: alta em Chicago e queda do dólar influenciam cotações no mercado brasileiro
Foto: reprodução

Os preços da soja no Brasil apresentaram movimentos contrastantes nesta semana, pressionados por dois fatores externos: a valorização da commodity no mercado internacional e a queda da cotação do dólar frente ao real. Os contratos futuros na Bolsa de Chicago (CBOT) atingiram patamares mais altos, impulsionados por preocupações com o clima nos Estados Unidos e forte demanda internacional. 

No mercado doméstico, contudo, parte desse movimento de alta foi neutralizado pela desvalorização do dólar, que recuou para abaixo de R$ 5. Produtores e traders acompanham com atenção esse cenário, que cria um equilíbrio delicado entre os ganhos potenciais com a alta externa e os efeitos cambiais no preço final recebido no Brasil. Especialistas do setor apontam que a demanda chinesa segue como principal motor das cotações globais. 
 

"Apesar da queda do dólar limitar parte da valorização interna, o mercado segue sustentado pela procura firme da China, que continua importando volumes significativos de soja brasileira", explica o analista de mercado Rafael Costa, da Agroconsult. Nas regiões produtoras, o clima seco tem acelerado a colheita, aumentando a oferta disponível no curto prazo.
 

Em Mato Grosso, maior estado produtor, os preços da saca de 60 kg variam entre R$ 125 e R$ 130, com leve alta em relação à semana anterior. Já no Paraná, os valores se mantêm estáveis, na faixa de R$ 120 a R$ 123. Para os próximos dias, a tendência dependerá da continuidade da alta em Chicago e do comportamento do câmbio. "Se o dólar se estabilizar nesses patamares e as cotações externas mantiverem o ritmo positivo, podemos ver uma recuperação mais consistente nos preços domésticos", projeta Costa.
 

O mercado segue atento também aos rumos da safra norte-americana, que começa a ser plantada nas próximas semanas. Qualquer sinal de problemas climáticos nos EUA pode acentuar a volatilidade nos preços globais do grão. Enquanto isso, no Brasil, os produtores avaliam estratégias para maximizar resultados nesse cenário de fatores 

contraditórios.



 

 


Notícias Relacionadas »