O setor sucroenergético de São Paulo enfrenta um impasse na atualização do Consecana-SP, índice que define os preços da cana-de-açúcar e seus derivados. Um estudo encomendado à FGV Agro pela Unica e Orplana em 2023 foi concluído em abril, mas sua implementação está paralisada por divergências técnicas entre as entidades, deixando produtores e usinas em alerta às vésperas da nova safra.
Criado em 1999, o Consecana-SP estabelece parâmetros de precificação para o setor e deveria ser revisado a cada cinco anos. A última atualização, no entanto, ocorreu em 2018. Enquanto a Unica defende a adoção imediata do novo estudo, a Orplana argumenta que a proposta ainda precisa de ajustes técnicos.
"O material é complexo e exige análise criteriosa antes da implementação", afirma José Guilherme, da Orplana, destacando o impacto da atualização para pequenos e médios produtores.
Já Evandro Gussi, da Unica, contrapõe: "Questionar agora o trabalho da FGV quebra a governança do sistema e prejudica todo o setor".
Com custos de produção em alta e a safra 2024/25 começando em maio, o impasse coloca em risco a previsibilidade necessária para contratos e investimentos. Ambas as partes afirmam buscar solução, mas mantêm posições divergentes sobre os próximos passos, deixando o mercado em suspense quanto aos novos parâmetros de preços.