Milho deve seguir em baixa no curto prazo e Brasil corre risco de perder mercado

A plataforma Grão Direto observa que os EUA estão fortalecendo parcerias internacionais com a União Europeia e países asiáticos, o que pode afetar a competitividade do cereal brasileiro.

- Da Redação, com Canal Rural
13/05/2025 09h18 - Atualizado há 15 horas
Milho deve seguir em baixa no curto prazo e Brasil corre risco de perder mercado
Foto: reprodução

As condições climáticas seguem positivas para a safrinha de milho no Brasil, principalmente no Centro-Oeste. Com isso, a expectativa de uma grande oferta tem mantido os preços em queda nos últimos dias, com compradores adotando uma postura cautelosa à espera do início da colheita em junho.

Nos Estados Unidos, o clima também foi favorável na semana passada. Até o começo deste mês, 40% da área já havia sido semeada, conforme a média histórica. Essa perspectiva positiva sobre o bom desenvolvimento da lavoura influenciou fortemente o mercado.

Ao mesmo tempo, a demanda interna por milho no Brasil continua fraca, com indústrias de ração e etanol adquirindo apenas volumes essenciais. No cenário internacional, as exportações estão praticamente estagnadas.

Segundo informações da plataforma Grão Direto, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) optou por não divulgar projeções para os embarques do grão em maio, devido aos volumes considerados residuais.

Em Chicago, o milho terminou a semana cotado a US$ 4,41 por bushel, uma queda significativa de 4,34% em sete dias. No Brasil, na B3, o contrato para maio de 2025 também caiu, fechando a R$ 74,00 por saca (-3,48%).

No mercado físico, os preços continuam em queda, pressionados pelo desempenho negativo dos mercados futuros.

Perspectivas para o milho nesta semana

A segunda safra de milho no Brasil caminha para ser recorde, com projeções que indicam produção acima de 100 milhões de toneladas.

“O clima tem colaborado, especialmente no Centro-Oeste e Sudeste, com chuvas bem distribuídas e temperaturas amenas durante a fase crítica de desenvolvimento das lavouras. Esse cenário já pressiona os preços do milho disponível, com muitos negócios sendo fechados para entrega futura entre junho e agosto”, afirma a Grão Direto, em nota.

As usinas de etanol à base de milho já asseguraram bons volumes para os próximos meses, mas, com a colheita se aproximando, a tendência é que esses compradores passem a adquirir somente o essencial, o que pode acentuar a pressão sobre os preços do milho disponível.

Ainda segundo a plataforma, no mercado internacional, os Estados Unidos estão firmando acordos comerciais que beneficiam suas exportações, especialmente com a União Europeia.

“Se esses acordos se estenderem a países que atualmente compram do Brasil, como Japão e Coreia do Sul, o milho brasileiro pode perder espaço, pressionando ainda mais os preços”.

Para a Grão Direto, diante da previsão de uma supersafra no Brasil e da intensificação da concorrência dos Estados Unidos no mercado externo, a expectativa é de continuidade na queda dos preços do milho.


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