Balança comercial do agro paulista cai 15,3% no primeiro quadrimestre de 2025

Estado exportou 11,6% a menos em relação ao mesmo período do ano passado

- Da Redação, com Canal Rural
13/05/2025 08h59 - Atualizado há 8 horas
Balança comercial do agro paulista cai 15,3% no primeiro quadrimestre de 2025
Foto: Divulgação / MAPA

Apesar da queda nas exportações, o agronegócio paulista manteve um desempenho expressivo nos quatro primeiros meses de 2025, consolidando-se como o maior exportador do setor entre os estados brasileiros. De janeiro a abril, o setor agropecuário de São Paulo exportou US$ 8,70 bilhões, o que representa uma retração de 11,6% em relação ao mesmo período do ano passado. No sentido oposto, as importações cresceram 6,5%, somando US$ 1,98 bilhão. Com isso, o saldo da balança comercial paulista ficou em US$ 6,72 bilhões — queda de 15,3% frente ao superávit registrado no primeiro quadrimestre de 2024.

Apesar da retração, o secretário de Agricultura e Abastecimento do estado, Guilherme Piai, considera o resultado positivo. Para ele, o superávit continua expressivo e demonstra a força e resiliência do setor, impulsionado por altas nas exportações de café, carnes e suco de laranja. Esses três grupos, aliás, registraram aumentos importantes no período: café teve avanço de 63,7%, sucos cresceram 35% e carnes subiram 23,1% em valor exportado.

Os cinco principais grupos de produtos exportados responderam por 72,7% das vendas externas do agro paulista. O complexo sucroalcooleiro (com US$ 2,136 bilhões) foi o principal, ainda que tenha registrado queda de 46,2%. Em seguida vieram o setor de carnes (US$ 1,213 bilhão), o grupo de sucos (US$ 1,054 bilhão), os produtos florestais (US$ 962,48 milhões) e o complexo soja (US$ 947,36 milhões). O café aparece logo atrás, com US$ 653,58 milhões em exportações, sendo majoritariamente de café verde.

Mesmo com a retração no volume total exportado, São Paulo se manteve na liderança entre os estados exportadores do agronegócio brasileiro, respondendo por 16,5% das vendas externas do setor no país — à frente de Mato Grosso (16,3%) e Minas Gerais (12,2%).

Entre os principais destinos das exportações do agro paulista, a China lidera com 20,3% de participação, comprando principalmente produtos do complexo soja (37%), carnes (26%) e florestais (19%). Em seguida, vêm a União Europeia, com 15,6% de participação — puxada pelas compras de sucos, café e produtos de origem vegetal — e os Estados Unidos, com 15,3%, que elevaram consideravelmente as aquisições de sucos (37%), carnes (15%) e café (10,4%).

Segundo análise da equipe da Secretaria de Agricultura, coordenada por Carlos Nabil Ghobril, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), chama atenção o crescimento das compras de produtos paulistas pela China e pelos EUA. Os chineses aumentaram em 7% o volume importado do grupo soja e em 1% o de carnes. Já os norte-americanos ampliaram em 93% as aquisições de carnes, em 59% as de produtos florestais e em 9% as de café.

No contexto nacional, o agronegócio brasileiro também apresentou resultado positivo. As exportações do setor somaram US$ 52,74 bilhões no quadrimestre, alta de 1,4% frente ao mesmo período de 2024. As importações cresceram 8%, totalizando US$ 6,87 bilhões. Com isso, o superávit da balança comercial do agro nacional foi de US$ 45,87 bilhões, representando uma leve variação positiva de 0,5%.

Embora o desempenho paulista reflita desafios em segmentos tradicionais como açúcar e soja, o avanço nas vendas de café, sucos e carnes aponta para uma diversificação bem-sucedida e uma base sólida de exportação, mesmo em cenários de oscilação internacional.


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