O mercado do boi gordo tem enfrentado uma combinação de fatores que freiam a liquidez e pressionam os preços pagos ao pecuarista, conforme apontado em levantamentos recentes do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A oferta de animais para abate continua limitada em diversas regiões, mas o interesse dos frigoríficos também se mostra contido, o que tem contribuído para um ritmo lento nas negociações.
Na segunda (28) e terça-feira (29), os pesquisadores da organização observaram baixa liquidez, com indústrias frigoríficas retraídas e ofertando valores menores na tentativa de pressionar os preços. Em algumas regiões, a oferta de animais até registrou aumento, mas os frigoríficos mantiveram postura cautelosa, com parte fora do mercado ou negociando com preços abaixo da média, aproveitando-se de escalas de abate já parcialmente preenchidas — o que reduz a urgência na reposição de animais.
No atacado, os preços da carne com osso também registraram queda nos últimos dias. No entanto, no acumulado de abril, os valores ainda mostram alta, o que indica que, apesar do recuo recente, a demanda interna pode ter dado algum suporte aos preços ao longo do mês.
A expectativa do setor é de que a combinação entre oferta restrita e consumo ainda instável continue influenciando o ritmo das negociações nos próximos dias. O comportamento dos frigoríficos, que seguem pressionando para reduzir os preços, será determinante para o rumo do mercado no curto prazo.