O mercado físico de boi gordo registrou novas quedas nesta terça-feira (29), reflexo do aumento gradual da oferta e do alongamento das escalas de abate nos frigoríficos. Segundo a consultoria Safras & Mercado, o movimento de baixa deve se manter no curtíssimo prazo, com produtores ainda encontrando dificuldades para negociar preços mais altos.
Embora a pressão de baixa seja evidente, a demanda externa e a proximidade do Dia das Mães atuam como fatores de sustentação para o mercado. O analista Fernando Henrique Iglesias ressalta que esses elementos ajudam a evitar quedas mais agressivas nas cotações. Tradicionalmente, o Dia das Mães é um período de maior consumo de carne bovina, e as expectativas para este ano começam a ser positivas.
O cenário para as cotações no Brasil se mantém tenso, mas o aumento da demanda interno, aliado às exportações, evita um cenário mais grave. No fechamento de mercado, as cotações variaram entre os estados, com destaque para os preços da arroba do boi gordo. Em São Paulo, o valor foi de R$ 322,67; em Goiás, R$ 301,07; em Minas Gerais, R$ 317,94; em Mato Grosso do Sul, R$ 323,18; e em Mato Grosso, R$ 324,85.
No mercado atacadista, os preços mantiveram-se estáveis, o que é visto como um reflexo da expectativa positiva para o consumo no início de maio. Com o pagamento de salários, o mercado de carnes bovinas deve se beneficiar, com aumento da procura, especialmente pelo corte de quarto traseiro, que segue cotado a R$ 25 por quilo. O dianteiro permanece a R$ 20,50, enquanto a ponta de agulha mantém-se a R$ 18,50 por quilo.
Por outro lado, o mercado cambial apresentou leve queda no dólar comercial, que recuou 0,29% e fechou o dia a R$ 5,6306 para venda. A moeda norte-americana variou ao longo do dia, oscilando entre R$ 5,6205 e R$ 5,6625. Esse movimento pode impactar as negociações internacionais e os custos de importação e exportação de carne bovina, algo que o setor acompanha de perto.
Em resumo, o mercado de boi gordo continua enfrentando desafios, mas a expectativa de aumento no consumo, impulsionado pelo Dia das Mães e pelo bom desempenho das exportações, deve ajudar a evitar uma queda mais acentuada nos preços da carne. A estabilidade nas cotações no atacado e o cenário de câmbio também são fatores que podem ajudar o setor a se manter em equilíbrio nas próximas semanas